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Na Sombra do Poder: Convertidos por uma noite

Divulgação/ Reprodução/ Redes sociais/ Pixabay/ Arquivo BNews
Os bastidores da política baiana  |   Bnews - Divulgação Divulgação/ Reprodução/ Redes sociais/ Pixabay/ Arquivo BNews

Publicado em 05/11/2020, às 04h43   Editoria de política


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Convertidos por uma noite
O encontro de Bruno Reis e ACM Neto com [pseudo] líderes evangélicos de Salvador começou como um tradicional compromisso de campanha eleitoral, mas não demorou muito para se transformar numa sessão espiritual cinematográfica. As fotos mostram que o culto improvisado converteu a dupla do Thomé de Souza nos cristãos mais performáticos que a capital já viu. Bruno Reis caiu de joelhos e rogou aos céus por uma vitória em primeiro turno - como apontam as pesquisas - e ACM Neto agarrou-se a uma Bíblia - no estilo Isidório - e até citou um salmo, o 133 [“Oh! Quão bom e quão suave é que os irmãos vivam em união”]. Convertidos por uma noite, Bruno e Neto querem a irmandade do povo de Deus pelo menos até 15 de novembro.

Errou na dose, mas valeu a intenção
O interminável debate da ABI pesou a mão na tentativa de parecer democrático, com a participação de quase todos os candidatos, com exceção de Bruno Reis [apelidado pelos demais de 'fujão'], e dezenas de jornalistas envolvidos, mas falhou feio na hora H, com recorrentes problemas técnicos de som e vídeo, um formato truncado e uma condução atabalhoada. Essa combinação desagradável acabou por transformar o debate numa tortura para a audiência. No fim, só sobrou a honrosa intenção de promover um debate após as emissoras televisivas decidirem suspendê-los em razão da Covid-19.
Olhando pelo copo ‘meio cheio’, valeu a tentativa.

Perdeu a chance
Depois de insistir tanto, espernear, fazer bico, Cezar Leite foi convidado para um debate. Se engana quem achou que ele ia aproveitar o espaço para as propostas. Tal qual um "Hilton de direita", ligou a metralhadora e repetiu, a cada oportunidade, o questionamento sobre a situação dos respiradores comprados pelo Governo do Estado

Martelo de plástico, foice de borracha

Podia ter saído da boca de Trotsky, mas foi Rodrigo Pereira (PCO), candidato à Prefeitura de Salvador, que soltou a seguinte pérola no debate ABI/OAB: "A classe trabalhadora não quer ninguém para fazer dengo". E parou por aí a contribuição do comunista, que bate, bate, mas não machuca ninguém. Há quem diga que está na hora de trocar o martelo de plástico e a foice de borracha para ver se consegue emplacar a sonhada revolução.

Comunista pero no mucho 
O ímpeto revolucionário de Rodrigo Pereira foi ofuscado pelo chá de sensatez de Olívia Santana, que trouxe o comunista de volta à realidade. Depois de atacar a deputada pela aliança com o PP, ficou sem ter o que falar quando foi posto na mesa que o PT, defendido pelo candidato do PCO, precisou das mais diversas alianças para governar.

Marx estaria orgulhoso?
O candidato à Câmara Municipal de Salvador Almir Oliveira (PCO) levou do fundo eleitoral de seu partido, que se define como marxista, R$ 1 mil para sua campanha. No entanto, a candidatura do nome da causa operária foi indeferida pelo Tribunal Regional Eleitoral (TRE). Ainda cabe recurso, mas será que foi uma tentativa de deixar o velho barbudo feliz?

O Clube das Mulheres?

A direção nacional do Avante — partido do candidato a prefeito Pastor Sargento Isidório — destinou R$ 527,5 mil a 20 candidatas à Câmara Municipal de Salvador. Nenhum dos 45 candidatos do sexo masculino recebeu dinheiro do fundão eleitoral da legenda. Valorização de gênero ou um verdadeiro laranjal eleitoral? Só o tempo dirá...

Edição Salvador de "A Fazenda"
O PSD não poupou recursos na campanha de Edvaldo Brito, praticamente seu cânone na capital baiana. No entanto, outros postulantes que receberam recursos partidários — R$ 10 mil cada — foram Renildo Rei Momo; o ex-jogador do Bahia João Marcelo; o cantor de pagode do clássico "Todo Enfiado", Mário Brasil; e a ex-mulher do goleiro Jean, Milena Bemfica. São as eleições de Salvador, mas bem que poderia ser uma edição do reality "A Fazenda". Quem será que vai pra Roça? A conferir.

Alecrins dourados?
Onã Rudá (PCdoB) foi o único candidato entre os 65 de seu partido a receber recursos do fundão eleitoral - R$ 5 mil. Jailson Cadeirante (PROS) também, entre 44 nomes da legenda. Alberto Pimentel (PSL) embolsou sozinho R$ 357 mil, enquanto outros 61 candidatos do partido ficaram de mãos abanando. Rivailton (PTC) levou pra sua campanha R$ 200 mil, enquanto 38 postulantes nada receberam. O que torna esses verdadeiros alecrins dourados tão especiais?

Bolo de Doido
Um candidato à prefeitura de Salvador acabou "dando um bolo" em sua própria carreata. Em seu lugar no passeio, que contava com diversos carros de som e militantes, foi colocada uma espécie de "cover", que simulava até mesmo os movimentos peculiares do seu inspirador. Nesse bolo de doido, nem o assessor do candidato sabia onde o mesmo se encontrava. Loucura…

Leão e o rugido da leoa

O septuagenário João Leão tem cumprido uma extensa agenda pelo interior da Bahia para fins eleitorais. Mas para aguentar o pique das campanhas, uma das estratégias é diminuir o contato com o povão. Para isso, o vice-governador conta com uma verdadeira leoa ao seu lado. Com porte tímido, mas de rugido forte, a cerimonialista cerca o ‘bonitão’ e não deixa praticamente ninguém encostar no cacique pepista. Estaria tudo bem se não fosse o tratamento hostil e arrogante com o povo interiorano, incluindo os profissionais de comunicação de rádios, sites e blogs. Ou o aparato do Estado subiu pra cabeça ou é horror a pobre. 

Daqui não saio, daqui ninguém me tira
Ainda antes da vitória de Joe Biden nos EUA se aproximar, Donald Trump já batia o pé e ameaçava tentar levar a disputa pro tapetão. Todo dia de apuração continuou assombrado e o assunto parece não ter sido encerrado. Daqui, a gente espera só que a nossa democracia, tão fragilizada, não se contamine ainda com o vento autoritário que sopra do norte.

Mural da vergonha
O deputado federal João Roma ganhou, com exclusividade, o espaço no mural da vergonha com essa performance pavorosa, numa tentativa de lacrar nas redes. Coloca uma melancia na cabeça que chama mais a atenção.

Classificação Indicativa: Livre

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