Conjuntura Atual

João Roma usa com “agressividade” a carta branca que recebeu de Bolsonaro

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Bnews - Divulgação Arquivo Pessoal

Publicado em 22/06/2021, às 19h52   Luiz Fernando Lima



Aproveitamento real

Vamos conversar: o ministro da Cidadania, João Roma (Republicanos), é o personagem ascendente no cenário político baiano. Disso ninguém duvida. A carta branca e determinação do presidente Jair Bolsonaro para que “tudo do governo federal para a Bahia” passe pelo deputado licenciado está sendo aproveitada sobremaneira por Roma.

Chega mais perto

Nas últimas semanas, com a proximidade do anúncio do novo Bolsa Família e da prorrogação do auxílio emergencial, o ministro foi para os holofotes dar declarações e nos bastidores está convidando deus e o diabo para conversas ao pé do ouvido. As articulações versam sobre dois caminhos: a disputa pelo Palácio de Ondina ou na cadeira de vice-presidente na chapa de Bolsonaro.

É sobre isso

Um observador atento da política baiana crava: Roma é o novo Geddel. Antes de paralelos perniciosos, se trata da “agressividade” para se viabilizar como terceira via em um ambiente político polarizado entre petistas e a turma de Neto, que outrora foi chamada de “carlista” e agora carece de uma melhor definição.

Quem diria

Há quem diga que o projeto Roma foi uma acertada aposta do inábil presidente Jair Bolsonaro. Nesta questão é fato que ele colocou gasolina na fogueira para Neto pular. Se o ex-prefeito de Salvador acreditou que o parco voto bolsonarista na Bahia iria para ele por gravidade, se enganou. O Messias traçou outro plano.

O riso possível

O PSB perdeu, em 2014, a maior liderança política, o então candidato à presidência da República, Eduardo Campos. Nestes sete anos, muitas disputas pautaram a atuação dos socialistas que se dividiam em campos de atuação de centro-direita a centro-esquerda, sem que ninguém conseguisse, na queda de braço, ocupar o lugar de destaque nacional. Agora o partido tem um nome de expressão: Flávio Dino.

Potencial

Dino desembarca do PSB ladeado pelo deputado federal Marcelo Freixo, ex-Psol, e eleva o partido a um player nacional. Não é exagero dizer que o potencial do PSB para ocupar vice de uma eventual candidatura do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva cresceu de forma significativa após a chegada de Dino. 

Dificuldades

Por outro lado, o tradicional PCdoB, partido do qual Dino saiu, vai encontrando seu momento mais crítico. Fora do jogo em caso de manutenção da cláusula de desempenho, os comunistas buscam na minirreforma administrativa ancorar o projeto da federação das siglas. Uma proposta que pode ajudar na sobrevivência partidária. 

O problema

O problema é que o presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP), não está convencido de que esse modelo é bom para si e para os seus. Como representante do conhecido “centrão”, Lira está mais propenso a fazer força para aprovar o distritão, modelo eleitoral para o Legislativo que se assemelha ao Executivo, no qual os candidatos a deputado mais votados são eleitos. É o fim dos partidos políticos.

Big Brother

Como definiu um observador da política baiana: vai ser o deputado big brother. Aquele estourado, dos memes, do dinheiro, da lacração nas redes, das igrejas, da milícia e junto a estes, meia-duzia de gato pingado vindo do movimento social. Melhorar não vai!

Resta um

Quem nasceu na década de 1980 ou antes, certamente lembra de um jogo de tabuleiros chamado resta um. Entre Jaques Wagner, Otto Alencar, João Leão e Rui Costa vai restar um e talvez dois.

Explico

João Leão não pode ser candidato a vice. Cacá Leão também não por ser filho do atual vice. Neste sentido, a aposta é de que o PP vai tirar da cartola um nome ou pegar outro rumo. Poucos apostam no rompimento por agora, portanto, o jogo ainda vai ter muita reviravolta até o registro da chapa.

Classificação Indicativa: Livre

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