Conjuntura Atual

Mudança na legislação eleitoral traz incertezas e afunila disputas internas entre políticos na Bahia

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Bnews - Divulgação Arquivo Pessoal

Publicado em 29/06/2021, às 20h45   Luiz Fernando Lima


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Avança na Câmara dos Deputados a proposta de mudança na legislação eleitoral para o próximo pleito. A principal mudança não é o voto impresso, este é engodo no sistema político, mas o que tem potencial para mudar significativamente as disputas proporcionais é a aprovação do Distritão. Depois que o presidente da Casa, Arthur Lira (PP), defendeu o modelo, a aposta é que a alternativa vai virar lei. 

Caciques

A eleição proporcional, que coloca os partidos como fundamentais, passará a ser majoritária. O crescimento e consolidação de caciques estourados de votos é dada como certa e o único contrapeso relativo é a tentativa de amarrar uma fidelidade partidária para que a “pulada de cerca” seja menos fácil.

Estrelas

O modelo “distritão”, se estivesse valendo em 2018, teria mudado a eleição de cinco deputados federais baianos e outros oito estaduais. Ficaram de fora das cadeiras da Casa Baixa do Congresso Nacional deputados como Igor Kannário, Tito e Pastor Abílio Santana. Na AL-BA, o PSL perderia dos deputados Capitão Alden e Talita Oliveira, o vice-presidente do Palácio Luís Eduardo Magalhães, Júnior Muniz, também não seria eleito, bem como o único representante do Psol, Hilton Coelho. 

Quantitativo

O último deputado federal eleito, caso fosse o distritão, seria Uldúrico Júnior que teve 66.343 mil votos. Para se ter uma ideia, Joseildo Ramos (PT) teve 73.934 votos e ficou de fora da primeira lista. Já na Assembleia Legislativa, Zó (PCdoB), com 43.347, seria 63º eleito. Talita Oliveira (PSL) foi eleita com 26.096, Júnior Muniz com 21.058. Tiago Correia (PSDB), inicialmente de fora, teve 46.494. 

Caídas

Contudo, é preciso esclarecer ao leitor/eleitor que a tática eleitoral muda completamente em caso de Distritão. Caciques partidários que estimulam de diversas formas a candidatura de quadros com poucos votos, deixaram de fazer isso. Aqueles postulantes com mil, dois mil, cinco mil votos deixam de ser interessantes para as siglas, pois não haverá mais o acumulo de voto na conta final. Ou se tem muito voto, chances reais de encabeçar a lista, ou sai de baixo e apoia alguém que tem.

Apostas

Na casa das apostas, há quem diga que o modelo atual já está caro por causa de lideranças de centenas de votos, quando expandir o mercado para milhar, a conta vai para as alturas. Quem vai pagar é o “x” da questão! Ao que parece, seremos nós cidadãos. 

Disputa 

O ex-prefeito de Salvador, ACM Neto, que se cuide, a tendência de desembarque no projeto dele é crescente e o pessoal dos rincões já começou a projetar para onde ir. Se não estancar a sangria logo, pode ter uma surpresa nada positiva.

Disputa II

No campo do governo estadual a coisa também não anda a mil maravilhas. Já se discute com mais intensidade o que vai ser feito na eleição. A coisa está começando a afunilar e tem gente de patente alta que já colocou o nome à disposição para disputar o Palácio de Ondina. Alguém duvida? Este observador da política baiana, não!

Correndo

Tem deputado estadual que não quer a volta dos trabalhos presenciais tão cedo. Não se trata de medo da Covid, o receito é dos convites. Convite para participar de inauguração de praça, quebra-molas, aniversário de boneca e muito mais. Os pretextos são para pretensos investimentos! Os entendedores, entenderão.

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