Coronavírus

Falta de água em diversos bairros de Salvador compromete o combate ao Covid-19; assista

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Bnews - Divulgação Reprodução/YouTube

Publicado em 20/03/2020, às 19h10   Yasmim Barreto


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Em tempos de coronavírus, quem tem água e sabão em casa é “rei”. O que parece brincadeira tem preocupado diversas comunidades soteropolitanas, que têm vivenciado algo bem distante de qualquer “reinado” de higiene e prevenção do Covid-19.

Sem cair água das torneiras, lavar as mãos e higienizar a casa se transformou em uma tarefa impossível para dezenas de pessoas que recorreram ao BNews para relatar o desabastecimento de água nos bairros, dentre eles estão: Cajazeiras, Engenho Velho de Brotas, Calabetão, Calçada, Conjunto Pirajá, Estação Mussurunga e Engomadeira.  

À reportagem, a uma moradora da Rua Jardim Oliveira, localizada no bairro da Engomadeira, registrou a situação preocupante em sua residência.

“Não tem uma gota de água desde da semana passada, vai fazer 15 dias amanhã. Nós estamos com esse surto do coronavírus como é que podemos higienizar nossas mãos? Sem uma gota de água, mas a conta todo mês chega”, reclamou.

Assista ao vídeo abaixo:

Segundo a denunciante, equipes da Empresa Baiana de Águas e Saneamento (Embasa) estiveram no local, após 16 dias, e justificaram que teriam reduzido o abastecimento, por causa do verão. Mas, garantiram que a água voltaria a chegar nas casas normalmente até as 17h, desta sexta-feira (20). No entanto, ainda não há abastecimento de água no local.

Ainda conforme a moradora da Engomadeira, a sogra precisou comprar sete baldes de água no valor de R$ 20 para tentar amenizar a situação. 

Sobre a denúncia, a Embasa ressaltou que realizou, nesta quinta-feira (19), uma manutenção emergencial na rede distribuidora e o fornecimento de água está sendo regularizado gradativamente.

Além dela, a reportagem teve acesso a reclamações em outras regiões e com períodos diferentes de desabastecimentos. Confira abaixo: 

Para a infectologista do Hospital Santa Izabel, Aurea Paste, o cenário da falta de água é “extremamente” preocupante no combate a proliferação do coronavírus, visto que a higienização através da água e sabão é o principal método para limpeza de sujidades. 

“Aí a Embasa tem que correr para que essa situação não aconteça, até porque o álcool em gel não dá conta, uma casa não pode ter só o álcool em gel, porque não substitui a água. Isso é um problema grave e é algo que tem que ser resolvido urgentemente”, enfatizou.   

Confira o esclarecimento da empresa de fornecimento de água sobre os outros bairros citados: 

Jaguaripe 1, Cajazeiras: A empresa realizou uma manutenção emergencial na rede distribuidora para corrigir um vazamento que vinha causando redução da pressão do abastecimento no local. No entanto, garante que, após a conclusão do serviço, o fornecimento foi normalizado. 

Em Cajazeiras X e IV: a empresa afirmou que o fornecimento de água está regular. De acordo com a Embasa, o desabastecimento pode ser justificado por imóveis sem instalações hidráulicas adequadas, como reservatórios com capacidade suficiente para o atendimento das necessidades diárias de consumo de seus ocupantes. “A Embasa recomenda que estes moradores se previnam e instalem reservatórios de acordo com a Resolução n° 002 da Agersa, órgão que regula os serviços prestados pela Embasa”.  

Ainda conforme a nota de esclarecimento, a empresa ressaltou que não há registros de reclamações do Conjunto Pirajá, no K9. Entretanto, em caso de desabastecimento de água, é recomendado que os moradores entre em contato com a Embasa. 

Rua Fernandes Vieira, Calçada: A rua foi afetada por vazamento na rede distribuidora dos Mares.

A Embasa já conteve o vazamento e está trabalhando no local para reparar a tubulação danificada e normalizar o abastecimento.

Rua Boa Esperança, no Alto do Peru, e Engenho Velho da Federação: A Embasa está realizando ajustes na pressão da rede distribuidora para reforçar o abastecimento na rua Boa Esperança, no Alto do Peru, e em algumas ruas localizadas em pontos mais altos do Engenho Velho da Federação. Não há problema generalizado no bairro. 
Vila Mara, Calabetão: A Embasa irá enviar uma equipe ao local para verificar para identificar o problema que está gerando a reclamação dos moradores. 

Abaeté e Mussurunga (setores J, I e L): O fornecimento de água corre regularmente nos locais, com pressões satisfatórias. É importante que os moradores moderem o consumo de água e dotem os imóveis de reservatórios com capacidade suficiente para o atendimento das demandas diárias de seus ocupantes. Não há reclamações registradas por moradores no sistema comercial da empresa.

Questionada sobre a importância do abastecimento normal de água em todas as regiões de Salvador, para contribuir na prevenção do coronavírus, a Embasa garantiu que está fiscalizando todos os pontos que foram objeto de denúncia de falta de água nos canais de atendimento ao cliente, nas mídias sociais da empresa e através da imprensa. 

Confira a nota: 

O sistema integrado de abastecimento de água de Salvador e de algumas cidades da RMS (Lauro de Freitas, Simões Filho, São Francis do Conde, Candeias e Madre de Deus) está funcionando normalmente sem ocorrências operacionais que provoquem falta de água sistêmica em grandes áreas. As denúncias que a empresa tem recebido são decorrentes de problemas pontuais na rede distribuidora de alguns logradouros. Nesses casos, a empresa tem trabalhado para garantir o restabelecimento do serviço com a maior brevidade possível e garantido o abastecimento alternativo por carro-pipa, com prioridade para postos de saúde e, em seguida, para clientes residenciais.

No entanto, a empresa tem recebido muitas denúncias de falta de água decorrente de problemas em equipamentos da rede hidráulica interna do imóvel. Diante destas situações, a empresa orienta a população que, antes de procurar os canais de atendimento e a mídia social oficial da empresa, assim como os meios de comunicação, para denunciar falta de água, verifique o funcionamento dos registros internos, da boia do reservatório, se certifique se os vizinhos estão recebendo água e verifique se a rede hidráulica do imóvel está adequada para receber a água que é fornecida no hidrômetro com pressão suficiente para alimentar um reservatório domiciliar no nível de primeiro pavimento.

Imóveis com mais de um pavimento devem prover sua rede interna de um reservatório no nível do térreo com bomba para elevar a água até o reservatório superior, situado no último pavimento, como determina a normatização técnica vigente no país.

Classificação Indicativa: Livre

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