Coronavírus
Publicado em 21/03/2020, às 07h46 Painel, Folha
Não foi à toa que o vice-presidente Hamilton Mourão se posicionou sobre a crise diplomática com a China criada pelo deputado federal Eduardo Bolsonaro (PSL-SP). Ele costura a relação com empresários e políticos chineses há mais de um ano, especialmente com a Huawei, tendo em vista o leilão de frequência para o 5G no Brasil, esperado como um dos maiores do planeta.
Na sexta-feira(13), Mourão recebeu os principais executivos internacionais da Huawei no Planalto. Para não ver seu trabalho ir por água abaixo, reagiu. O leilão estava previsto para ocorrer no fim deste ano.
À Folha, Mourão disse que as opiniões de Eduardo não representam as do governo federal. Como mostrou o Painel, o vice-presidente vinha sendo preterido no Planalto e não foi ao menos incluído no comitê de combate ao coronavírus que conta com 15 ministros. Ele decidiu quebrar esse silêncio para conter a tensão diplomática.
Os executivos da Huawei têm tentado se assegurar de que poderão participar do leilão e temem uma interferência do governo federal que os impeça de concorrer. O próprio Eduardo Bolsonaro já disse, em mais de uma ocasião, que a cooperação militar do Brasil com os Estados Unidos poderia ser comprometida caso a Huawei viesse a operar a tecnologia 5G no Brasil. Os executivos da gigante chinesa veem em Mourão um interlocutor mais técnico, sem influência política na negociação.
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