Coronavírus

Coronavírus: Quarentena deixa vendedores ambulantes apreensivos

Vagner Souza/BNews
Para evitar a propagação do vírus pela cidade, a prefeitura de Salvador determinou a diminuição do número de ônibus coletivo pela capital baiana  |   Bnews - Divulgação Vagner Souza/BNews

Publicado em 26/03/2020, às 13h24   Samuel Barbosa


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Em meio a pandemia do novo coronavírus (Covid-19), o pouco movimento de pessoas nas ruas de Salvador impressiona. Na manhã desta quinta-feira (26), o BNews esteve na estação de transbordo da Lapa e encontrou o terminal praticamente vazio. Na plataforma superior, por exemplo, só foram encontrados dois vendedores ambulantes trabalhando: um vendia água e o outro mochilas.

“O movimento caiu em mais ou menos 90%. Só nos horários de pico que a gente consegue vender alguma coisa, fora isso não sai nada”, disse um dos vendedores que preferiu o anonimato, e que torce para que tudo volte ao normal. 

Na plataforma subterrânea da Lapa outros dois vendedores tentavam vender seus copos e garrafas de água mineral. 

Para evitar a propagação do vírus pela cidade, a prefeitura de Salvador determinou a diminuição do número de ônibus coletivo pela capital baiana. O objetivo é evitar a aglomeração de pessoas em locais fechados.

Outros pontos da cidade

O Rio Vermelho, bairro boêmio muito frequentado por baianos e turistas, encontra-se com as ruas desertas. Com isso, os trabalhadores do mercado informal que circulam pela região estão apreensivos.

Felipe, mais conhecido com Lipe do Amendoim, utilizou um vídeo em suas redes sociais para cobrar uma posição das autoridades. “Faço parte do grupo de ambulantes do Rio Vermelho e venho através das redes sociais para pedir uma resposta das autoridades e governantes sobre o que vão fazer com esses pais e mães de família que estão em casa impossibilitados de trabalhar. Há vários relatos de pais e mães que estão desesperados sem saber o que fazer (...). Nós não somos contra a quarentena, o que nós estamos cobrando é uma resposta das autoridades. Sou pai tenho três filhos e sei. A dor do nosso próximo venha a ser a minha dor”, disse.

O vendedor ambulante Domingos disse atrvés de um aúdio, que não quer dinheiro de empresários e autoridades. Ele espera que tudo logo volte à normalidade. “Estamos nos unindo e pedindo ajuda das autoridades e empresários. Estamos todo mundo na mesma. Até o momento dá para segurar, mas não sei como vai ser daqui a cinco, dez dias. Não queremos dinheiro, simplesmente queremos a solução para os nossos problemas”.

“Hoje eu tenho [alimento], mas não sei depois. Nós que somos trabalhadores informais estamos com medo, tenho dois filhos para comer. Estamos vivendo a Deus dará”, ressalta o também ambulante, André Ruan.

Decreto

O prefeito ACM Neto (DEM) decretou situação de emergência na capital baiana diante da ameaça do coronavírus no dia 18 de março. O fechamento dos shoppings e empreendimentos comerciais começou a valer no último sábado (21) e prevalecerá por 15 dias, podendo esse prazo ser estendido.

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