Coronavírus

Busto de Getúlio Vargas ganha máscara de proteção em Feira de Santana

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A imagem foi divulgada pelo ex-prefeito da Princesa do Sertão, Tarcízio Pimenta. Ele, que é médico, enumerou erros em políticas de Saúde que podem levar o Brasil ao bloqueio total de circulação  |   Bnews - Divulgação Reprodução Redes Sociais

Publicado em 17/05/2020, às 13h44   Leo Barsan


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O busto de Getúlio Vargas, localizado na avenida de mesmo nome, em Feira de Santana, no centro norte baiano, entrou na luta contra o coronavírus. Em foto publicada nas redes sociais, a escultura aparece com uma máscara preta cobrindo a boca e o nariz, em alusão às recomendações sanitárias para que a população proteja-se da transmissão da covid-19. A imagem foi divulgada pelo ex-prefeito da Princesa do Sertão, Tarcízio Pimenta.

Colocar o equipamento de proteção no busto de Getúlio Vargas é bastante simbólico. Ele, que foi presidente do Brasil em dois períodos, também era advogado e militar, e liderou uma revolução em 1930 colocando fim à República Velha com a queda do então presidente Washington Luís e impedindo a posse de Júlio Prestes. 

Em vídeo divulgado na internet, Tarcízio Pimenta, que também é médico, enumerou erros que podem levar o Brasil à necessidade de decretar o chamado lockdown - o bloqueio completo da circulação de pessoas e veículos. Pimenta definiu que o sistema de Saúde está perto de um "nocaute".

Ele usou como exemplo a situação de estados como Amazonas, Rio de Janeiro e Ceará, cujas capitais e cidades do interior enfrentam sérias dificuldades para atender infectados, em função da falta de leitos, de equipamentos e de profissionais. "Dificuldades para cumprir o isolamento horizontal (quando todos devem ficar em casa e só saírem em casos de extrema necessidade) contribuíram para o aumento do número de casos. As pessoas, inclusive, não respeitaram as regras em feriados", disse.

Tarcízio Pimenta, ponderou, ainda que a reabertura de atividades econômicas em diversas cidades, entre elas, Feira de Santana, com a anuência dos respectivos prefeitos, teria "animado" a população a voltar a circular livremente pelas ruas. "Isso criou uma certa segurança por parte da população de que se poderia voltar. Outro aspecto é a politização do coronavírus. Vemos o presidente (Jair Bolsonaro) se manifestando contra o isolamento e promovendo aglomerações. As pessoas são incentivadas", avaliou.

Uma falta de alinhamento entre os governos federal, estaduais e municipais também, segundo o ex-prefeito, contribui para a disseminação da covid-19. "As pessoas estão perdidas sobre a quem ouvir. Traz certa agonia e insegurança. Isso fez que com as pessoas flexibilizam o isolamento", destacou Pimenta.

A saida de ministros da Saúde, em plena pandemia, é outro fator que leva dúvidas à população, na avaliação do político. "Tumultua o país e pode levar o Brasil a fazer uma paralisação total obrigatória", completou, ao mencionar as mudanças na pasta federal com a substituição de Luiz Henrique Mandetta e Nelson Teich - este último sequer completou um mês no comando do órgão e pediu demissão na última sexta-feira (15).

As fakes news que circulam em redes sociais compõem outro aspecto que leva instabilidade à população, de acordo com Pimenta. "É vídeo de caixão vazio, de funerária dizendo que não enterrou ninguém. Tudo isso tumultua muito. Existem países que o uso de luvas é obrigatório e nós estamos partindo pra isso, o que vai trazer mais problemas. Estamos vivendo ainda uma situação que não se sabe".

"Os epidemiologistas ficam batendo cabeça informando sobre picos da doença que ainda vão chegar. São situações que a população tem vivido neste momento. É um descontrole também nas informações. Tudo isso poderá levar o Brasil a ter que paralisar, culminando com só acessos a farmácias e supermercados. O acesso poderá ser controlado através de relatórios. Pessoas terão que assinar um prontuário e carregar o documento para mostrar a fiscalização. Quando voltar, vai ter que estar com algo na mão para comprovar que foi à farmácia mesmo para não receber multas. É um situação delicada que nós poderemos viver já no próximo mês", previu Pimenta. 

Classificação Indicativa: Livre

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