Coronavírus
Reprodução/ Leitor BnewsPublicado em 04/06/2020, às 10h40 Redação BNews
“Trabalhar em uma função essencial, que são prestadores de serviços aos Correios, nos motiva, mas sem luvas manuseando todo tipo de correspondência, sem distanciamento social... É contar os dias para adoecer, ou de Covid-19 ou psicologicamente. A direção da empresa só se preocupa com a entrega dos objetos”, relata um funcionário de um dos Centros de Centro de Distribuição Domiciliar (CDD) dos Correios de Salvador.
O leitor do BNews preferiu se manter no anonimato por medo de perder o emprego, mas o amor a vida e a família também o incentivam a denunciar as ações consideradas abusivas. " A empresa está fornecendo máscaras e álcool em gel a cada funcionário, mas não luva e muito menos respeitando o distanciamento. Ao contrário, em momentos de picos parece formiga em açucareiro", revelou e como podemos ver nas imagens enviadas ao BNews.
A proliferação do Covid-19 não demorou a chegar aos trabalhadores do local. “A primeira funcionária a apresentar os sintomas foi dona Rosa. Ela foi ao médico apresentando os sintomas da Covid, foi afastada pela médica e aconselhada a se medicar em casa. Alguns dias após o afastamento veio à confirmação da contaminação. Logo após outro colega da Boca do Rio, que é anexo ao CDD Amaralina, ele apresentou os sintomas e foi afastado das atividades junto com mais três colegas deles que eram próximos. Estamos apreensivos sobre quem será a próxima vítima”, relatou outro colaborador dos Correios.
Após os casos positivos, o CCD de Amaralina passou por desinfecção, contudo a falta de testagem, de distanciamento entre prestadores de serviço e o manuseio de objetos oriundos de inúmeros locais sem EPI´s para mãos ainda preocupa os funcionários.
“Após essa segunda confirmação a empresa fez a desinfecção do estabelecimento e só. Não fez teste para os demais funcionários nem mesmo tomou qualquer outra medida. Não acho que a entrega de correspondência devam ser suspensas, mas é uma questão de vida, podemos morrer vítimas de Covid- 19. Falamos e ninguém muda nada. Virou um martírio a hora de bater o cartão para entrar no serviço, mas preciso, tenho que fazer o trabalho”, desabafou a trabalhadora do local.
A assessoria dos Correios repondeu à reportagem, em nota, que desde o mês de março, os Correios vêm adotando medidas de proteção à saúde dos empregados, em função da pandemia de Coronavírus. Com procedimentos de limpeza dos ambientes e equipamentos, todos os empregados têm acesso a álcool em gel e máscaras laváveis.
Sobre o centro de distribuição em Amaralina, os Correios informaram que "todos os empregados receberam quatro máscaras e álcool em gel para o uso diário. A limpeza do ambiente está ocorrendo regularmente. Ocorrendo a suspeita de contaminação entre os empregados, a empresa providencia ações de sanitização em todo o ambiente da unidade e o afastamento imediato da pessoa que possa estar infectada".
Ainda segundo a empresa quanto ao distanciamento entre empregados nas atividades internas, esclarecemos que a unidade trabalha com alternância das posições de trabalho, conforme os protocolos de prevenção definidos pelos Correios.
Apesar de questionada sobre a quantidade de trabalhadores dos Correios contaminados com o coronavírus, os Correios não responderam a pergunta.
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