Coronavírus

Bolsonaro cita estudo inconclusivo sobre transmissão assintomática para defender fim de medidas impostas por "governadores e prefeitos"

Marcos Corrêa/PR
Os comentários da diretora da OMS foram rebatidos por epidemiologistas de vários países, que alertam para o risco que a informação fora de contexto incentive o fim do isolamento social   |   Bnews - Divulgação Marcos Corrêa/PR

Publicado em 09/06/2020, às 12h44   Redação


FacebookTwitterWhatsApp

Em reunião ministerial nesta terça-feira (9), o presidente Jair Bolsonaro lamentou as mortes por Covid-19 no Brasil e fez críticas a Organização Mundial de Saúde (OMS).

Ele citou a fala de uma diretora do instituto, que levantou a hipótese da transmissão da doença por pacientes assintomáticos é "rara", baseada em um estudo ainda inconclusivo, para defender a retomada das atividades do país, pondo fim às medidas impostas por "STF, governadores e prefeitos".

"Foi noticiado ontem, também de forma não comprovada ainda, como nada é comprovado na questão do coronavírus, que a transmissão por parte de assintomáticos é praticamente zero. Então, isso vai dar muito debate. Muitas lições serão tomadas. Com toda certeza isso pode ser analisada uma abertura mais rápida do comércio e extinção daquelas medidas restritivas adotadas segundo decisão do Supremo Tribunal Federal, governadores e prefeitos", declarou.

Os comentários de Maria Van Kerkhove, diretora da OMS, foram rebatidas por epidemiologistas de vários países, que alertam para o risco que a informação fora de contexto incentive o fim do isolamento social em vários lugares do mundo.

Além dos estudos que contrapõem a fala de Van Kerkhove, sobre o potencial de transmissibilidade do novo coronavírus por assintomáticos, existe o caso dos pré-sintomáticos. Durante o período de incubação do vírus, muitas pessoas que vão apresentar sintomas em algum momento, podem transmitir a doença.

Segundo Bolsonaro, o discurso da diretora da OMS deve diminuir a resistência não só para a volta do comércio, como também das atividades escolares, suspensas desde o início da pandemia.     

Classificação Indicativa: Livre

FacebookTwitterWhatsApp