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Homem tem auxílio emergencial negado e descobre que é "vereador eleito" em Salvador

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Aplicativo da Caixa mostra que Jeanpierre Marques não pode receber benefício porque exerce mandato político  |   Bnews - Divulgação Reprodução

Publicado em 17/06/2020, às 12h50   Redação BNews



Candidato a vereador não-eleito em Salvador, o microempreendedor Jeanpierre Marques dos Santos, 46 anos, teve o pedido de auxílio emergencial negado pela Caixa porque os dados do sistema apontam que ele é político eleito. A situação de Jeanpierre é a mesma pela qual passa a faxineira Cleidiane Alves Mendes de Oliveira, de 33 anos, em Teixeira de Freitas, no extremo sul baiano. A mulher também aparece na base cadastral como vereadora eleita, mesmo sem ter recebido votos suficientes para ocupar uma cadeira na Câmara Municipal.

Em Salvador, Jeanpierre recebeu uma certidão do Tribunal Regional Eleitoral (TRE). O documento aponta que o então candidato recebeu apenas 261 votos nas eleições de 2016 e não foi eleito. "Eles informaram que eu não ganhei eleição. A certidão mostra isso", reforça. Ele aparece como "suplente" no site de Divulgação de Candidaturas e Contas Eleitorais do TSE.

O microempreendedor relata ter procurado a Caixa, mas foi orientado a buscar o Ministério da Cidadania. "O banco disse que não tinha competência para resolver. Que só faz o pagamento depois que o ministério passa os dados. Enviei um e-mail para o Ministério da Cidadania há quase um mês e não tive resposta", relata.

Solteiro e sem filhos, Jeanpierre mora em casa própria, mas detalha ter dificuldades para manter as despesas. "Trabalho com música e carro de som. Dependo do comércio local, mas como tudo está fechado, não tá pintando cliente. Minha mãe me ajuda com a alimentação toda semana", conta. Ele diz, ainda, que faz parte do grupo de risco por ter diabetes e hipertensão. "Um amigo meu que é advogado está tentando me ajudar".

No início do mês, o presidente do TSE, ministro Luís Roberto Barroso, enviou documento à Dataprev informando que os bancos de dados da Justiça Eleitoral não deveriam ser usados para subsidiar análise do auxílio emergencial, por causa de casos de negativa da renda extra a candidatos não eleitos.

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