Coronavírus

Ex-ministro da Saúde diz que incitação de Bolsonaro a invasão de hospitais foi "forma de falar"

Reprodução/TV
Ele compreende a mensagem de Bolsonaro, que na verdade é para estimular a sociedade a "conhecer melhor como o dinheiro está sendo usado"  |   Bnews - Divulgação Reprodução/TV

Publicado em 22/06/2020, às 13h29   Redação BNews


FacebookTwitterWhatsApp

O segundo ministro da Saúde do governo Bolsonaro, que durou menos de um mês na pasta, Nelson Teich minimizou as declarações do presidente Jair Bolsonaro, que incitou a invasão de hospitais no país para "fiscalizar" a ocupação dos leitos destinados a pacientes com Covid-19.

Para Teich, tudo não passou de "uma forma de falar". Ele compreende a mensagem de Bolsonaro, que na verdade é para estimular a sociedade a "conhecer melhor como o dinheiro está sendo usado".

"Eu acho que tudo é a forma de falar", disse. "Como é que eu vejo essa situação: a sociedade tem o direito de saber como o dinheiro é usado. A gente precisa conhecer melhor como o dinheiro está sendo usado. Agora não é uma pessoa entrando num hospital que vai enxergar isso. A gente tem formas adequadas de buscar informação, tem que inclusive melhorar o retorno da informação", explicou Teich em entrevista ao UOL.

Teich reconhece que a centralização das decisões frente à pandemia na figura de Bolsonaro, não ajudou o trabalho do Ministério da Saúde. Segundo ele, quando não há uma "liderança clara" pode causar uma disputa pelo protagonismo "acima dos interesses do país".

O ex-ministro alega ainda que secretários estaduais e municipais rejeitaram um programa desenhado por ele "para mapear as diferentes cidades do Brasil para discutir a flexibilização do distanciamento".

"Não foi aceito, não teve trabalho em equipe", disse. Caso houvesse consenso, segundo Teich, existiria hoje um plano nacional para ser implementado.

Classificação Indicativa: Livre

FacebookTwitterWhatsApp