Coronavírus

Pazuello diz que testagem não é essencial e critica protocolo inicial

Marcos Corrêa/PR
Países bem sucedidos no controle da pandemia - como Coreia do Sul e Alemanha - tiveram a aplicação de testes como prioridade  |   Bnews - Divulgação Marcos Corrêa/PR

Publicado em 17/07/2020, às 08h50   Redação BNews


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O ministro interino da Saúde, o general Eduardo Pazuello, disse que a testagem não é essencial para o controle da pandemia do novo coronavírus. A afirmação, que vai na contramão da recomendação da Organização Mundial de Saúde (OMS), foi dada em entrevista a revista Veja.

Para o militar, o diagnóstico da doença pelo médico, com análise clínica e auxílio de outros exames, permite um tratamento antecipado que, em sua opinião, pode ser mais eficaz. Países bem sucedidos no controle da pandemia - como Coreia do Sul e Alemanha - tiveram a aplicação de testes como prioridade para identificar, isolar e rastrear casos da Covid-19.

"Não [testagem não é essencial]. O diagnóstico é clínico, é do médico. Pela anamnese, pela temperatura, por um exame de tomografia, por uma radiografia do pulmão, por exame de sangue, podendo até ter um teste. Criaram a ideia de que tem de testar para dizer que é coronavírus. Não tem de testar, tem de ter diagnóstico médico para dizer que é coronavírus. E, se o médico atestar, deve-se iniciar imediatamente o tratamento", disse.

Na última semana, o ministério da Saúde mudou o protocolo de combate à pandemia no Brasil, orientando pacientes a procurarem médicos mesmo com sintomas leves. Em um primeiro momento, a recomendação era esperar a agravação dos sintomas para atendimento e assim evitar uma corrida aos hospitais e sobrecarregar a testagem, na época ainda escassa.

Pazuello também teceu críticas à esta estratégia, inicialmente adotada pelo ex-ministro Luiz Henrique Mandetta, que é médico de formação. Questionado diretamente se a referência era a Mandetta, Pazuello disse que a postura pode ter relação com uma "curva de aprendizagem" da doença e que não diria que "ele estava errado ou teve dolo".

"Ele imaginava que a melhor coisa era ficar em casa até passar mal. Não vou dizer que ele estava errado ou que teve dolo. Na época era o que tinha de certo ", disse.

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