Coronavírus

Mais dois hotéis devem fechar as portas por conta da pandemia; empresário critica falta de apoio do governo

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No mês de março, ele disse em entrevista que seguiria na contramão do mercado e manteria os empreendimentos abertos em meio à pandemia   |   Bnews - Divulgação Vagner Souza/BNews

Publicado em 14/08/2020, às 13h00   Redação BNews


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Os hotéis Alah Mar e Salvador Mar devem fechar as portas no próximo domingo (16). A informação foi passada ao BNews pelo empresário Júlio Rangel na manhã desta sexta-feira (14). No final do mês de março, ele disse em entrevista que seguiria na contramão do mercado e manteria os empreendimentos abertos em meio à pandemia de coronavírus. Mas a falta de incentivo o fez mudar de planos. 

“Eu mantive aberto durante os quatro meses. A diretoria que é familiar pensou que 80% ia fechar, então vai sobrar alguém que vai precisar de hotel, aí a gente vai entrar nesse vácuo, mas aconteceu o inverso. A ocupação foi de 5% e mantivemos esses dois hotéis com o custo alto, isso descapitalizou totalmente a gente. A gente tentou empréstimo na Desenbahia onde fui muito bem recebido, mas por normas não podem conceder o crédito”, disse o empresário.

Rangel criticou a falta de apoio do Secretaria de Turismo do Estado da Bahia (Setur). “Estou indo procurar o governador para pedir uma satisfação. Eu acho que o Desenbahia poderia fazer muita coisa, só pedi para pagar os funcionários. Esse tempo todo venho dizendo aos funcionários que ia sair o empréstimo e terminei saindo por mentiroso. Vamos demitir os 60 funcionários. Chegar em um hotel e encontrar cinco quartos ocupados de 80, você chega a chorar. Não estou pedindo esmola, eu estou pedindo um empréstimo que vai ser pago”.

O empresário destacou os investimentos feitos nos dois hotéis por causa da abertura do Centro de Convenções de Salvador, que fica próximo aos empreendimentos dele. “O setor mais afetado na pandemia foi o hoteleiro porque ninguém viaja, ninguém sai do lugar, a retomada vai ser bem lenta. A gente já tinha vendido mais de 200 hospedagens para um evento do Centro de Convenções e eu não sei como vou devolver isso”.

Quando questionado sobre como retomar as atividades, Rangel disse que tem procurado instituições financeiras de outros estados. “Depende de muita coisa, eu estou tentando no Rio de Janeiro um empréstimo por outro banco, o Banco do Nordeste ajudou com um valor menor, eu tô tentando ver se consigo um sócio ou financiamento. O custo para fechamento é muito maior do que deixar ele aberto, se eu resolver voltar daqui a três meses vou ter que gastar uma fortuna para consertar o hotel”

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