Coronavírus

"Nunca realizei ato sem a ciência dos meus superiores", diz servidor exonerado por presidente do STF

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Médico perdeu o emprego após STF pedir reserva de 7 mil doses da vacina contra a Covid-19 à Fiocruz  |   Bnews - Divulgação Reprodução/José Cruz/Agência Brasil

Publicado em 29/12/2020, às 14h36   Redação BNews


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O médico Marco Polo Dias Freitas, exonerado de um cargo de confiança no Supremo Tribunal Federal (STF), após a Corte pedir a reserva de sete mil doses da vacina contra a Covid-19 à Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), disse que nunca realizou qualquer ato administrativo sem a ciência de seus superiores.

Após ocupar o cargo de secretário de Serviços Integrados de Saúde do STF por seis anos, Freitas foi exonerado pelo presidente da Corte, Luiz Fux, após a repercussão negativa do episódio. Após defender a solicitação publicamente, o ministro chegou a dizer que sempre foi contrário a privilégios ao justificar a demissão de Marco Polo.  

“Nesses 11 anos no STF, nunca realizei nenhum ato administrativo sem a ciência e a anuência dos meus superiores hierárquicos. Continuarei, como médico, de corpo e alma, na luta diária pela saúde e bem-estar das pessoas”, disse o médico em entrevista publicada pelo jornal Folha de São Paulo nesta terça-feira (29).

Ao periódico, Marco Polo - que é médico concursado do STF desde setembro de 2009 - também disse que respeita “rigorosamente” a hierarquia administrativa da instituição. Ele não assina o ofício enviado à Fiocruz, que fora autenticado por Edmundo Veras dos Santos Filho, diretor-geral do STF, no último dia 30 de novembro.

No pedido, Edmundo diz que a secretaria de Serviços Integrados de Saúde, então ocupada por Marco Polo, ficaria responsável pela realização da campanha de vacinação e fornecimento do imunizante. A Fiocruz acabou rejeitando a solicitação.

A Folha, Fux garantiu que “nunca tinha visto” o ofício assinado pelo diretor-geral da Casa e que este "deve assinar vários por dia". Sobre declaração anterior, endoçando o teor do pedido, o ministro disse que apenas tentou “amenizar”a situação provocada pela situação. 
“Foi muito ruim o que fizeram. A administração do tribunal estava tão bem avaliada. A repercussão foi muito negativa”, disse.

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