Coronavírus

Conselho de Saúde indígena relata mortes por Covid-19 de crianças Yanomami em Roraima

Júnior Hekurari Yanomami/Condisi-YY/Divulgação
Ministério da Saúde informou que recebeu comunicação e investiga a "veracidade das informações"  |   Bnews - Divulgação Júnior Hekurari Yanomami/Condisi-YY/Divulgação

Publicado em 28/01/2021, às 07h27   Redação BNews


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Um ofício elaborado pelo Conselho de Saúde Indígena Yanomami e Ye'kuanna (Condisi-YY) apontou que nove crianças morreram com sintomas de Covid-19 em duas comunidades na Terra Yanomami, em Roraima. O documento, assinado pelo presidente do órgão, Júnior Hekurari Yanomami, pede ajuda para o envio de profissionais de saúde à região.

Posteriormente, o Ministério da Saúde afirmou que recebeu do Condisi-YY a comunicação das mortes e que "está verificando junto ao Distrito Sanitário Especial Indígena (DSEI) Yanomami a veracidade das informações”.

Segundo o presidente do Condisi-YY, Júnior Hekurari Yanomami, foram registradas quatro mortes na comunidade Waphuta, duas delas no último dia 25 de janeiro, e outras cinco em Kataroa, região do Surucucu, em Alto Alegre, no Norte de Roraima.

Ainda de acordo com Júnior Hekurari Yanomami, os postos de saúde da região estão fechados há cerca de dois meses, e, no mesmo ofício, ele  cobrou, com urgência, o envio de profissionais de saúde à região.

A Terra Yanomami é a maior do Brasil e também a mais vulnerável à Covid-19 na Amazônia, uma vez que, em três meses, o vírus avançou 250% nas comunidades. As crianças, segundo Herkurari, tinham entre um e cinco anos e não se sabe a data exata de todas as mortes, apesar de todas terem acontecido neste mês de janeiro.

O presidente do Condisi-YY também afirmou ter informado à Fundação Nacional do Índio (Funai) e ao Ministério Público Federal (MPF) sobre as mortes das crianças, mas as duas instituições ainda não enviaram resposta.

Nota do Ministério da Saúde sobre o relato do Conselho
O Ministério da Saúde, por meio da Secretaria Especial de Saúde Indígena (SESAI), informa que recebeu a comunicação do Conselho Distrital de Saúde Indígena (CONDISI) Yanomami e está verificando junto ao Distrito Sanitário Especial indígena (DSEI) Yanomami a veracidade das informações. O DSEI encaminhou uma equipe aos locais para averiguar a situação, mas ressalta que, até o momento, os óbitos não foram confirmados para covid-19.

A pasta esclarece ainda que, todos os óbitos em área indígena com suspeita de covid-19 são investigados. Esses processos seguem as diretrizes de vigilância epidemiológica estabelecidas pelo Ministério da Saúde:

  • LABORATORIAL: caso suspeito com resultado positivo em teste RT-PCR e/ou teste rápido para covid-19.
  • CLÍNICO-EPIDEMIOLÓGICO: caso suspeito com histórico de contato próximo ou domiciliar com caso confirmado laboratorialmente para covid-19, que apresente febre ou pelo menos um dos sinais ou sintomas respiratórios, nos últimos 14 dias após o contato, e para o qual não foi possível realizar a investigação laboratorial específica.

Os dados são lançados no Subsistema de Atenção à Saúde Indígena do Sistema Único de Saúde (SASI/SUS) e passam por processos criteriosos de qualificação dos Distritos e da SESAI, garantindo a consistência da informação sobre a infecção por covid-19 em povos indígenas. Já os indígenas que residem nas cidades são atendidos pelas Secretarias Municipais de Saúde, desta forma os números referenciados entram nos cálculos gerais da população brasileira do Sistema Único de Saúde (SUS).

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