Presidente da Anvisa critica pressão do líder do governo para liberação da Sputnik V

O presidente da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), Antônio Barra Torres, criticou nesta quinta-feira (4), durante entrevista na TV Band, criticou a pressão feita por políticos para que a agência acelere o processo de análise da documentação da Sputnik V. 

Especialmente falando sobre o líder do governo na Câmara, o deputado Ricardo Barros (PP), que declarou que a agência não percebe a emergência da pandemia e precisa ser "enquadrada", Torres disse que as declarações são "completamente desnecessárias" e que feriu a "honra de pessoas que estão fazendo sacrifícios".

POLÍTICA

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“Essas declarações pegaram muito mal. Foram completamente desnecessárias. Hoje tenho aqui um quadro de servidores profundamente impactados com o que foi dito pelo líder do governo. Tento me manter sempre à margem de qualquer questão política, mas desta vez mexeu com a honra de pessoas que estão fazendo sacrifícios. Essas pessoas foram atingidas por declarações que não consigo compreender. Fora de contexto, fora de momento. Ele nos acusa de não estarmos nem aí para a pandemia. Não entendo”, rebateu Barra Torres.

Bahia

O governador Rui Costa (PT) comemorou a decisão da Anvisa, na noite desta quarta-feira (3), de dispensar os testes no Brasil na fase 3 das vacinas contra o coronavírus. O gestor baiano citou também que a decisão permitirá a aquisição de milhões de doses da Sputinik V.

“Não posso deixar de agradecer e de parabenizar a Procuradoria Geral do Estado da Bahia, agradecer ao STF pela postura firme, determinante na defesa da saúde pública e da vida humana e também comemorar porque significa a retomada da imagem da Anvisa que tinha prestígio no passado e vinha perdendo essa imagem positiva no exterior e se arriscando a entrar no caminho da anticiência (...) Além de salvar milhares de vidas humanas, de esvaziar os hospitais, nós vamos retomar a vida, a normalidade, retomar a economia, o emprego, a renda, diminuir o sofrimento do nosso povo”, destacou Rui em vídeo divulgado nas redes sociais. 

A Procuradoria Geral do Estado (PGE) entrou com uma ação no Superior Tribunal Federal, em janeiro deste ano, para o Brasil poder importar e distribuir vacinas sem registro na agência, contanto que tenham sido certificadas por outros órgãos de referência internacional.