Coronavírus

"O lockdown é um remédio amargo, mas eficaz", comenta superintendente do Hospital Aliança

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Ele comentou, também, sobre o pensamento das pessoas que negam que exista a doença  |   Bnews - Divulgação Reprodução / ALEH

Publicado em 04/03/2021, às 12h25   Brenda Viana


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A Bahia adotou o lokdown parcial há alguns dias para conter a proliferação do coronavírus. Para o médico infectologista e superintendente do Hospital Aliança, Raimundo Paraná, essa medida é boa para diminuir o contágio. 

"O lockdown é um remédio amargo, mas é eficaz. Não para controlar a pandemia, mas para evitar um colapso. É um gatilho que é acionado quando a taxa de ocupação hospitalar coloca em vulnerabilidade o acesso do paciente ao sistema de saúde. Nesse caso ele não controla a doença, mas diminui a pressão nos hospitais", comentou durante entrevista ao programa de José Eduardo, na rádio Metrópole, na manhã desta quinta-feira (04).

Paraná aproveitou para falar sobre as pessoas que propagam notícias falsas e que se negam a acreditar na doença, que já matou milhões de pacientes pelo mundo. "Não é possível continuar com esse pensamento absurdo, egoísta. Não é possível mais continuar negando a ciência e ouvindo algumas manifestações na internet por pessoas, inclusive médicos. Eu vi uma médica em um grupo do whatsapp falando sobre um determinado medicamento para ajudar a covid, fui olhar currículo e ela é ultrassonografia, ela não prescreve remédios, como pode uma coisa dessa? E as pessoas acreditam e se influenciam", disse. 

Ele afirmou que existem pessoas que acreditam que a Covid-19 é uma doença simples. "O negacionismo vai precisar ser explicado. Vamos ter muitas teses de sociologia, de psicologia, de psiquiatria para explicar o negacionismo, é uma expressão de irracionalidade, de negação a leitura de dificuldade de interpretação de leitura. É algo patológico, mas com patologia psicossocial e uma parte da população pensa assim e é incapaz de refletir fora da caixa, isso é extremamente perigoso e isso já aconteceu em outros países e deu em desastre".

Porém, apesar da superlotação em diversos hospitais privados em Salvador, o superintendente reconhece que o Aliança está em um patamar de privilégio em relação às outras unidades de saúde da capital. "Todos os hospitais, nem coloco só o Aliança porque ele tem a situação de privilégio, mas trabalhamos com muito afinco, ampliando leitos para atender a população. Mas a realidade de todos os hospitais do estado é muito complicada. Há uma questão de pacientes, há uma questão da capacidade física de atendimento e da exaustão das equipes médicas, dobrando plantões, ocorreu na primeira fase, mas a segunda está muito mais intensa".

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