Coronavírus

Autoridades europeias afirmam que há uma possível ligação entre coágulos e vacina da AstraZeneca; entenda

Tânia Rego/Agência Brasil
Agência Europeia de Medicamentos (EMA) alega que os benefícios da vacina ainda superam os possíveis reações adversas  |   Bnews - Divulgação Tânia Rego/Agência Brasil

Publicado em 09/04/2021, às 16h36   Redação BNews



A vacina Oxford-AstraZeneca, usada atualmente no Brasil, levantou hipóteses no último mês de que ela poderia estar conectada ao surgimento de vários casos de coágulos sanguíneos na Europa. As autoridades europeias anunciaram, então, que existe, sim, uma possível ligação, mas não mudaram seu posicionamento sobre o uso do imunizante, que ainda segue sendo recomendado.

A Agência Europeia de Medicamentos (EMA) alega, segundo a CNN Brasil, que os benefícios da vacina ainda superam os possíveis reações adversas. Alguns países europeus, no entando, estão restringindo a utilização do imunizante a certas categorias de pessoas, como idosos. 

A EMA afirmou na quarta-feira (7) que a vacina gerou uma união atípica de coágulos sanguíneos em pessoas que tinham contagens baixas de plaquetas. Os profissionais europeus analisaram 24 casos de trombose da veia esplâncnica, também chamado de coagulação no abdômen, e 62 casos de trombose do seio venoso cerebral (CVST), que são coágulos nos seios da face que drenam o sangue do cérebro. Participaram da pesquisa somente pessoas que tinham recebido a dose do imunizante em 22 de março. 

Durante a pesquisa, 18 desses casos utilizados foram fatais em um lugar onde 25 milhões de cidadãos tinham recebido o imunizante AstraZeneca no mesmo período.

A agência ainda não possui dados de idade e sexo, não sendo informado se o risco de possíveis efeitos colaterais é maior ou menor para categorias específicas. A EMA argumentou ainda que a coagulação sanguínea foi relatada a uma taxa de cerca de 1 em 100 mil. 

A maioria dos casos ocorreu entre mulheres com menos de 60 anos, de acordo com a presidente do comitê de segurança da EMA, Sabine Straus. Foram notificados também uma grande quantidade de casos em pessoas mais jovens, mas ainda não existem conclusões se esse grupo realmente é o maior grupo de risco para possíveis reações adversoa.

A Agência Reguladora de Medicamentos e Produtos de Saúde (MHRA) também informou sobre o assunto e explicou que dos 79 casos notificados, 28 eram homens e 51 mulheres. Mas, é válido ressaltar, que mais mulheres foram vacinadas. 

As autoridades de saúde do Reino Unido também informaram na quarta (7) que a coagulação do sangue em adultos jovens foi ligeiramente maior em comparação com pessoas mais velhas. Graças a essa informação, a Grã-Bretanha ofereceu outras opções de vacina, além da AstraZeneca, às pessoas com menos de 30 anos do país.

Ao invés de evitar que jovens de 20 a 29 anos precisem de tratamento intensivo caso sejam contaminados com a Covid-19, a vacina de Oxford pode oferecer mais chances de causar efeitos graves para esse grupo. A informação foi disponibilizada através de uma análise do Centro Winton para Comunicação de Riscos e Evidências da Universidade de Cambridge, divulgada em entrevista coletiva do governo do Reino Unido.

A Public Health England informou que a vacina evitou cerca de 6.100 mortes em pessoas com 70 anos ou mais na Inglaterra até o final de fevereiro, ainda depois das primeiras semanas de vacinação no Reino Unido. Para as pessoas contaminadas, apenas uma dose do imunizante reduziu o risco de hospitalização em mais de 80% em idosos com mais de 80 anos.

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