"Desconexão com a realidade", diz Fábio Villas-Boas após Anvisa negar importação da Sputnik V

 A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) negou nesta segunda-feira (26) o pedido de autorização excepcional para a importação da vacina Sputnik V, imunizante contra a Covid-19 produzido na Rússia. A negativa da agência reguladora faz com que a Bahia deixe de receber quase 10 milhões de doses, frutos de um acordo entre o governo do estado e os russos. 

O secretário estadual da Saúde, Fábio Villas-Boas, criticou a justificativa da Anvisa que alega falhas de segurança associadas ao desenvolvimento do imunizante e ausência de relatório técnico que ateste o padrão de qualidade. A Gerência de Inspeção e Fiscalização afirma também que técnicos da Anvisa não puderam visitar todos os locais de fabricação da vacina durante ida a Moscou.

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“A decisão da Anvisa era esperada, não tinha nenhuma dúvida que ela viesse a dar outro parecer, um parecer que é coerente com tudo que ela vem dizendo até então. A simples ida deles a Moscou não iria resolver a infinidade de questionamentos e documentos que eles solicitaram. A estimativa da da nossa área técnica em parceria com a equipe da Bahiafarma é que a demora seja em torno de seis meses para conseguir responder a quantidade de questionamentos. Existe uma desconexão da realidade do que nós vivemos com as exigências que a Anvisa está fazendo. O ministro Lewandowski, muito inteligente, proferiu uma sentença na qual ele diz que a Anvisa não pode simplesmente estar alegando potenciais riscos [da vacina] e exigindo mais e mais documentos”

“O ministro foi muito claro ao dizer que a Anvisa não pode simplesmente continuar afirmando que há ausência de documentos, benefícios e segurança. O que nós assistimos ontem na apresentação dos diretores dos técnicos da Anvisa foi um desfile de tecnicalidades, batendo na mesma tecla: ‘eu não sei’  ‘tenho receio’ ‘pode ser' 'talvez'' (...) A decisão de ontem não atende a determinação do ministro Lewandowski, não prova informações de riscos e ameaças, apenas alega, faz alusão a potenciais riscos que não estão sendo confirmados na prática. Na Argentina a Sputnik é a principal vacina e nós não estamos vendo os ‘hermanos’ morrendo, virando um jacaré. A Sputnik para os argentinos é a CoronaVac para brasileiros”, completou Fábio, durante entrevista à TV Bahia.