Coronavírus
Publicado em 28/06/2021, às 08h19 Redação Bnews
Em março de 2020, o embaixador do Brasil na China enviou ao Itamaraty um telegrama alertando o governo federal sobre as consequências que o país poderia enfrentar caso demorasse para comprar insumos necessários para o combate à pandemia da Covid-19.
Entre essas dificuldades estava o encarecimento de produtos como máscaras faciais que, semanas depois do envio do comunicado, ficaram 70% mais caras.
De acordo com informações do portal Metrópoles, o embaixador Paulo Estivallet de Mesquita reuniu-se com Liu Jingzhen, presidente da maior empresa estatal chinesa de insumos médicos, a Sinopharm, em março de 2020.
Após o encontro, o embaixador alertou ao governo que os preços estavam voláteis, e que as cotações eram válidas por no máximo dois ou três dias.
“A Sinoharm enfatizou que, do lado brasileiro, seria importante que os pedidos (…) fossem centralizados em uma única entidade e que houvesse uma interlocução habilitada a reagir tempestivamente. O risco de haver demora na reação brasileira ou de se lidar com múltiplos interlocutores seria que o lado chinês decida as prioridades ou deixe de atender o Brasil por falta de agilidade para concluir contratos”, escreveu.
Uma semana após o envio do telegrama do embaixador na China, o governo fez uma compra sem licitação de 240 milhões de máscaras da China. O contrato de R$ 694,3 milhões virou alvo de investigação pelo Ministério Público Federal.
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