Coronavírus

Remédio pode estar causando novas variantes do coronavírus, aponta estudo

Divulgação/MSD
As amostras das variantes analisadas pelos pesquisadores eram 100 vezes mais comuns em países que usam o medicamento  |   Bnews - Divulgação Divulgação/MSD

Publicado em 03/02/2023, às 18h09   Cadastrado por Daniel Brito


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Um remédio usado no tratamento da Covid-19 pode estar causando a existência de novas variantes do coronavírus. A descoberta foi feita por pesquisadores do Francis Crick Institute e do Imperial College London, no Reino Unido.

Em um estudo publicado em versão pré-print, ou seja, não revisada por pares, eles apontaram que o antiviral molnupiravir pode estar associado ao surgimento de novas mutações. O fármaco foi aprovado pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) para tratar a Covid no Brasil e também é usado em outros países.

No artigo, os cientistas expõem que, inicialmente, o molnupiravir teve eficácia limitada no tratamento da Covid-19, mas estudos mais recentes não mostram diminuição nas taxas de hospitalização e morte em grupos de risco.

Os pesquisadores analisaram cerca de 13 milhões de sequenciamentos genéticos do Sars-CoV-2 publicados na plataforma internacional Gisaid e procuraram as mutações específicas que teriam sido causadas pelo medicamento. As amostras das variantes eram 100 vezes mais comuns em países que usam o medicamento, como Estados Unidos, Austrália e Reino Unido.

A MSD, representante do molnupiravir no Brasil, afirmou que o medicamento é eficaz na queda da infectividade viral, e que os pesquisadores não têm como provar que as mutações são decorrentes do uso do medicamento.

"Os autores assumem que essas mutações foram associadas ao tratamento com molnupiravir sem evidências de que as sequências virais foram isoladas dos pacientes tratados, confiando em associações circunstanciais entre a origem da seqüência viral e o tempo de coleta em países onde o molnupiravir está disponível, para tirar suas conclusões. Além disso, essas sequências eram incomuns, e estavam associadas a casos esporádicos", comentou a farmacêutica.

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