O ex-presidente da seccional baiana da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB-BA), Saul Quadros, disse, nesta segunda-feira (20), que poderá questionar no Conselho Federal a prestação de contas do exercício de 2014 do atual presidente da entidade, Luiz Viana Queiroz.
Na última sexta-feira (17),
os conselheiros da OAB-BA aprovaram, por unanimidade e sem ressalvas, as contas. “Formulei [na sessão] várias perguntas e não foram respondidas. Pedi vista do processo de prestação de contas para examinar. Não tenho direito a voto, mas tenho direito de expressar minha opinião. Lamentavelmente, eles não deixaram. Não quero levantar suspeitas sobre a prestação de contas. Mas quero esclarecimento”, afirmou o ex-presidente ao
Bocão News.
Saul Quadros disse ainda que ficou “espantado” com o “açodamento” para aprovar as contas do presidente Luiz Viana. Ele afirmou que não entendeu porque a OAB-BA contratou a empresa Performance para fazer auditoria das contas, se o Conselho Federal poderia fazer gratuitamente.Segundo o ex-presidente, a auditoria da empresa não foi lida pelo relator das contas, apenas fez referência. “Não se sabe se houve alguma restrição. Isso me deixou espantado. Não quero dizer que houve desvio”, ressaltou.
Saul Quadros disse que ingressará com um requerimento nesta terça na OAB-BA para ter informações sobre a prestação de contas. “Vou querer essas informações. Não sei quanto foi arrecadado, quanto foi gasto. Não sei quantos empregados temos na sede, no interior... Se forem vagas e sem consistência as respostas da OAB-BA, estou disposto a questionar no Conselho Federal”, garantiu, frisando que a falta de informações sobre as contas “nunca” aconteceu na Ordem.
A reportagem tentou ouvir o presidente Luiz Viana, que pediu para falar com o tesoureiro da OAB, Carlos Alberto Medauar. Em contato com o Bocão News, o tesoureiro afirmou que todos os advogados tiveram à disposição as contas desde abril. Segundo ele, ninguém “fez qualquer consulta ou pergunta, nem mesmo o ex-presidente Saul Quadros”.
“O ex-presidente [Saul Quadros] pediu vista sem ter direito, porque não é conselheiro e preferiu apresentar um documento apócrifo e foi instado a assiná-lo”, disse o tesoureiro. Ele fez questão de dizer que estava presente na sessão o contador da OAB, Espinheira, que ocupou o mesmo cargo na gestão do ex-presidente Saul Quadros. O tesoureiro afirmou ainda que “respondeu a tudo que lhe foi indagado, assim como o relator conselheiro Fabrício Bastos”.“As contas da atual gestão receberam rasgados elogios pelo ex-presidente Saul Quadros no ano passado”, destacou.
