Justiça

Criminalista critica proposta de ministro de monitorar advogados de facções

Publicado em 13/01/2017, às 13h14   Rafael Albuquerque


FacebookTwitterWhatsApp

Em meio a uma grave crise no sistema penitenciário, o ministro Alexandre de Moraes, da Justiça, defendeu que a visita de advogados de chefes de facções criminosas a presídios seja monitorada, inclusive por meio de gravações. "Eu acho que tem de ter o controle desse advogado", disse. "As lideranças são colocadas em um presídio de segurança máxima com bloqueadores de celulares, mas aí você permite visita íntima sem que o Estado possa filmar. Você permite a entrada de advogados, mas, nos outros países, quando ele fala, está sendo gravado", disse.
O advogado criminalista Luiz Augusto Coutinho, PhD em Ciências Jurídicas e Sociais, concedeu entrevista à Rádio Cruzeiro e teceu duras críticas: “é um absurdo a proposta do ministro, que tenta violar a prerrogativa dos advogados quando propõe a possibilidade de se quebrar o sigilo entre advogados e clientes, a qualquer pretexto”.
Coutinho, que preside a Caixa de Assistência dos Advogados (CAAB), da OAB-BA, salientou que “quando se propõe algo dessa natureza, ele (o ministro) viola a Constituição Federal, demonstra despreparo ao cargo e desrespeito às instituições democráticas”. Por fim, o criminalista disse esperar que a OAB se manifeste publicamente sobre o caso e cravou: “repudio a atitude do ministro em relação a propor a violação de uma prerrogativa que prejudica o direito à defesa”.

Classificação Indicativa: Livre

FacebookTwitterWhatsApp