Justiça

Após MP-BA instaurar inquérito para apurar racismo institucional, Shopping da Bahia afasta segurança

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"Não há e nem nunca houve nenhuma orientação para uma abordagem que fosse além de coibir ações de comércio informal", informou  |   Bnews - Divulgação Reprodução

Publicado em 12/06/2018, às 17h41   Redação BNews



Depois que o Ministério Público estadual instaurou, nesta terça-feira (12), um inquérito civil para apurar a responsabilidade do Shopping da Bahia por racismo institucional, após um segurança do estabelecimento impedir uma criança negra de comer em um dos restaurantes da praça de alimentação, na segunda-feira (11), o centro comercial veio, mais uma vez, a público se desculpar pelo ocorrido.

Em nota enviada à imprensa, o “Shopping da Bahia vem a público, mais uma vez, pedir desculpas pelo ocorrido. Após uma reunião nesta terça-feira, o empreendimento decidiu pelo afastamento do profissional de atividades relacionadas a atendimento ao público. Mesmo não tendo nenhuma orientação do Shopping que suporte as ações tomadas pelo profissional, optamos por trabalhar a sua reabilitação. Além disso, ele foi advertido e segue para uma nova rodada de cursos e capacitações”.

O shopping esclarece alguns pontos que vêm sendo abordados em torno do fato:

“1 – Nossos seguranças recebem treinamentos periódicos, não apenas com conteúdo técnico, mas também conteúdo sobre o contexto social que vivemos. Em 2017, toda a equipe do empreendimento recebeu treinamento de autoridades nacionais em temas como racismo, diversidade e enfrentamento de temas de alta relevância para nossa operação. Entre os especialistas que estiveram com a nossa equipe, estão lideranças como o professor Hélio Santos, presidente do Instituto Brasileiro da Diversidade, e a vice-presidente do Fórum Nacional de Gestores LGBT, Bruna Lorrane. 

2 – Não há e nem nunca houve nenhuma orientação para uma abordagem que fosse além de coibir ações de comércio informal e de pessoas (crianças e adultos) que tentam abordar clientes com pedidos de dinheiro, alimentos ou produtos. A decisão do cliente é soberana e tem que ser respeitada, sem nenhuma ação violenta ou que gere constrangimento. Atuamos em parceria diária com órgãos como Conselho Tutelar, Juizado de Menores, Instituto IRIS, Polícias Civil e Militar, e a orientação é sempre pelo cumprimento da lei e respeito aos direitos humanos;

3 – O shopping repudia qualquer acusação de racismo institucional, e temos orgulho da nossa relação com o povo de Salvador, suas matrizes culturais, étnicas e sociais”.

Ao final, o Shopping da Bahia pediu mais desculpas novamente: “As desculpas são direcionadas a todos os que se sentirem tristes e ofendidos com o fato, mas especialmente aos envolvidos e suas famílias”.

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