Justiça

Senhor das armas: Justiça baiana ainda aguarda extradição de traficante internacional

Imagem Senhor das armas: Justiça baiana ainda aguarda extradição de traficante internacional
A determinação para extradição ocorreu em junho de 2017 e ainda não foi cumprida  |   Bnews - Divulgação

Publicado em 13/08/2018, às 16h55   Aparecido Silva



A Justiça Federal da Bahia ainda aguarda a extradição de Frederik Barbieri, conhecido como "Senhor das armas", dos Estados Unidos da América (EUA) por determinação do juiz federal Antônio Oswaldo Scarpa, titular da 17ª Vara de Salvador. A determinação para extradição ocorreu em junho de 2017 e ainda não foi cumprida.

A prisão do traficante internacional de armas ocorreu em fevereiro deste ano após informações passadas por um delator entregarem o esquema que acontecia desde 2007. Barbieri mantinha seu negócio ilegal disfarçado sob uma empresa de exportação de produtos eletrônicos, a exemplo de aquecedores de piscina e equipamentos de ar condicionado. O contrabandista foi preso na Flórida pelo Serviço de Imigração e Alfândega estadunidense.

Frederik Barbieri responde, no Brasil, a dois processos por tráfico internacional de armas. Um tramita na Justiça Federal do Rio de Janeiro, o outro corre na Bahia. As ações do Ministério Público Federal (MPF) apontam que ele abastecia três facções criminosas no Rio de Janeiro: Comando Vermelho, Amigos dos Amigos e Terceiro Comando.

O motivo da ação em solo baiano é porque a Receita Federal apreendeu, em 2010, no Porto de Salvador, armas e munições em uma carga remetida dos Estados Unidos por Barbieri. A carga havia sido enviada por ele como sócio-administrador da empresa A1 Carioca Entregas Rápidas Serviços Importação e Exportação e Comércio LTDA. Entre as mercadorias encontradas estavam 358 cartuchos para fuzil AK-47, 10 cartucheiras para fuzil AK-47 e duas lunetas telecópicas para fuzil AK-47, acessórios de arma de fogo de uso restrito no Brasil.

"As mercadorias foram transportadas dentro de um conteiner dos Estados Unidos até Salvador, onde foram apreendidas pelo serviço de alfândega da Receita Federal do Brasil. No mesmo dia 14 de outubro de 2010, o denunciado, na qualidade de sócio administrado da A1 Carioca, importou mercadorias estrangeiras sem o pagamento dos devidos impostos", descreve o juiz federal Oswaldo Scarpa, que recebeu a denúncia em 23 de fevereiro de 2015.

No processo, a defesa alegou que Frederik Barbieri pretendia voltar a morar no Brasil e teria alugado um conteiner junto à empesa Datacargo para transportar sua mudança dos EUA para Salvador, onde já teria firmado um contrato de locação de imóvel. Os advogados alegaram também que os "volumes" foram inseridos sem que o suposto empresário tivesse ciência do conteúdo. "A versão apresentada pelo denunciado é totalmente inverossímil", contrapôs o magistrado.

"Com efeito, a fim de desmonstrar que estaria se mudando para Salvador, o réu juntou aos autos contrato de locação relativo a apartamento situado no bairro de Amaralina, nesta capital, que supostamente firmara com o locador Silderley Santos Gomes. Todavia, a falsidade do documento restou demonstrada pelas declarações prestadas por Antônio Santos Andrade, verdadeiro proprietário do imóvel, que informou não conhecer Frederik Barbieri. Também o proprietário anterior do apartamento, Wilton Almeida Cezimbra, afirmou desconher o réu", elencou o juiz, demonstrando que o contrato de locação apresentado no embarque nos EUA era falso.

Classificação Indicativa: Livre

FacebookTwitterWhatsApp