Justiça

Por 9 a 1, CNMP pune Dallagnol por postagens contra Renan Calheiros

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Colegiado entendeu que procurador ultrapassou limites do cargo  |   Bnews - Divulgação Fernando Frazão/Agência Brasil

Publicado em 08/09/2020, às 15h54   Redação BNews


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O Conselho Nacional do Ministério Público (CNMP) puniu, nesta terça-feira (8), o ex-chefe da Lava Jato, Deltan Dallagnol, por postagens contra a eleição de Renan Calheiros (MDB-AL) para a presidência do Senado em 2019. O Conselho entendeu que o processo administrativo disciplinar aberto pelo senador era válido e após um placar de 9 a 1, decidiu pela aplicação da pena de censura, que cria dificuldades para avanços na carreira, de acordo com a coluna Radar, da revista Veja.

“(Deltan) sentiu-se no direito de interferir nas eleições pra presidente do Senado. Não eram meras manifestações de apreço ou desapreço. Ele foi além: incentivou uma campanha contra o sistema de votação", afirmou o relator do processo,conselheiro Otavio Rodrigues.

Relembre:

No Twitter, Dallagnol se posicionou contra a eleição de Calheiros para a presidência do Senado. Na ocasião, o ex-chefe da Lava Jato escreveu, por exemplo, que, caso o emedebista fosse eleito, “dificilmente veremos uma reforma contra corrupção aprovada”.

Calheiros acusa Dallagnol de ter se engajado em atos de natureza político-partidária, o que é vedado a membros do Ministério Público (MP).

Dallagnol e a Lava Jato no CNMP:

O procurador da República Deltan Dallagnol, ex-coordenador da Operação Lava Jato,  tem dois processos disciplinares aberto contra ele no Conselho Nacional do Ministério Público (CNMP).

Nesta segunda-feira (31), a Advocacia-Geral da União (AGU) defendeu a reabertura do processo pelo risco de prescrição no CNMP. O processo discute se o ex-coordenador da Operação teria cometido uma infração disciplinar por uma suposta interferência na disputa à presidência do Senado com postagens contra o senador Renan Calheiros (MDB-AL).

O processo havia sido suspenso pelo ministro Celso de Mello, do Supremo Tribunal Federal. Após a decisão, o decano pediu afastamento por questões de saúde, e Gilmar Mendes, que assumiu a relatoria do casos, retirou a suspensão.

Além deste processo, Dallagnol também é alvo de um pedido de remoção apresentado pela senadora Kátia Abreu (PP-TO). A parlamentar argumenta que os processos disciplinares existentes e a realização de palestras remuneradas justificariam a remoção do procurador. Contudo, Dallagnol deixou Operação antes de que o caso fosse julgado.

Classificação Indicativa: Livre

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