Justiça

Motoboy denunciado por ocultação de cadáveres de tio e sobrinho tem prisão revogada: "sou inocente"

Reprodução/ RecordTV Itapoan
Michel e a família sempre alegaram que a moto estava com Ellyjorge Santos Lima, amigo do jovem  |   Bnews - Divulgação Reprodução/ RecordTV Itapoan

Publicado em 15/07/2021, às 15h36   Redação BNews


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O motoboy Michel da Silva Lins, denunciado pelo Ministério Público da Bahia (MP-BA) por ocultação de cadáver no caso Atakarejo, teve a prisão temporária revogada pela Justiça e voltou para casa, em Amaralina, na quarta-feira (14). Vizinhos, parentes e amigos comemoraram a decisão da Justiça com fogos de artifício.

O jovem foi apontado como o condutor da moto que acompanhou o carro em que estavam os corpos de Bruno Barros da Silva e Yan Barros da Silva, executados por traficantes do Nordeste de Amaralina após tentarem furtar carnes no supermercado no último dia 26 de abril.

Michel e a família sempre alegaram que a moto estava com Ellyjorge Santos Lima, amigo do jovem, que teria pedido o veículo para trabalhar e acabou aceitando uma corrida para o Iguatemi sem saber que o cliente estava envolvido com os homicídios. Ele também foi denunciado por ocultação de cadáver e teve a prisão revogada. 

Após ficar preso por 15 dias, Michel contou ao Balanço Geral nesta quinta-feira (15) que ficou muito tempo sem dormir e comer direito, pois não conseguia admitir como foi envolvido em um crime tão bárbaro, mesmo “sabendo que era inocente”. “Fiquei muito mal porque não cometi nada disso. Sempre fui trabalhador. Agora vou ter que enfrentar esse obstáculo [processo criminal] por algo que não fiz. Fica preso nesses 15 dias, mesmo sendo inocente, foi horrível, não desejo pra ninguém. Eu só desejava ver e abraçar minha família”, relatou o motoboy.

Ele destacou que nuca teve envolvimento com nenhuma atividade criminosa e que não tinha relação com as vítimas, apenas emprestou a motocicleta para um amigo trabalhar. “Quero recomeçar minha vida de novo. Nunca imaginei ver polícia me buscando dentro de casa [...] Chegaram na minha casa com o mandado de prisão e me levaram até à delegacia. Não conseguia entender por que estava preso”, relembrou Michel.

O advogado do jovem, João Vitor, reclamou que o Ministério Público denunciou Michel sem provas, baseado apenas em duas fotos. Ele ressaltou que o MP-BA e a polícia não teriam percebido que o condutor da moto tinha uma tatuagem no ombro, diferente de seu cliente. 

“A defesa ficou surpresa quando Michel foi denunciado. A juíza analisou os pontos controversos e vamos tentar provar a inocência de Michel. O nosso trabalho continua. O Estado, na ânsia de punir, acaba ficando cego mesmo diante de provas claras”, acrescentou o advogado.

Ellyjorge disse ao Balanço Geral que estava com a moto quebrada e, por este motivo, pediu o veículo do amigo emprestado. Após levar uma cliente no bairro do Itaigara, foi abordado por uma outra pessoa e cobrou R$ 10 para levá-la até o Iguatemi, sem ter noção que o suspeito estava envolvido nas mortes de Bruno e Yan.

Ellyjorge lamentou o fato de Michel ter sido preso e acusado de participação no crime. “Triste de ver o cara trabalhador passando por essa situação. Não temos como adivinhar o que tem na bolsa do cliente ao aceitar a corrida. Não escolhemos a corrida. Nós dois trabalhamos desde pequeno. Me senti bastante culpado, não conseguia dormir sabendo que Michel estava preso”, contou o amigo. 

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