Justiça

Quando a fonte seca...

Publicado em 21/10/2016, às 09h56   Saul Quadros*


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Rio da unidade nacional, o São Francisco esteve, como nunca, nas manchetes da mídia por conta do afogamento e morte do ator e : estrela principal da novela “Velho Chico”. 
Talvez, despertando mais atenção, até mesmo quando do lançamento do projeto megalômano de sua transposição, a despeito das consciências que então se levantaram contra, à frente o bispo dom Cappio, auto-imolado em uma greve de fome.
Constata-se, hoje, a continuidade da agonia do São Francisco,  antevendo-se seu fim, o que seria doloroso para os brasileiros e, principalmente, para os nordestinos, agredidos pela irresponsabilidade de políticos inescrupulosos que não medem as consequências de seus atos.
Quando a fonte seca, os que desperdiçaram o manancial via de regra, estão longe por conta de rejeição popular, ou às voltas com a justiça. 
Quem os sucede, pega uma herança pesada que os obriga a lançar mão de medidas saneadoras para estancar a sangria, realidade vivenciada pelo Brasil. 
Devido à urgência de que se revestem, despertam reações, às vezes extremadas, mas desacompanhadas de remédios eficazes. 
Nesta linha de fatos, empresas enfrentam dificuldades que podem levá-las a reduzir a produção e, consequentemente, os empregos. É o preço que se está pagando no País e não há,  como não pagar. 
Ainda que ações da operação Lava-Jato venham resultando na prisão dos criminosos de colarinho branco, há, paralelamente, o lado mais amargo desta realidade: profissionais de diferentes segmentos são compelidos a apertar os cintos para não se afogarem como o ator global. 
Entre estes estão os advogados, agora mesmo enfrentando ameaças de terem seus nomes negativados junto à Serasa e ao SPC, por inadimplência com as Seccionais.
No Rio, São Paulo, em Brasília e certamente em outros estados seguem-se as tentativas de negociação entre as Seccionais e os advogados inscritos na Ordem, que, infelizmente, não vêm logrando o êxito desejado, o que é deveras preocupante. 
Sem poder deixar de exigir o pagamento das anuidades, previsto no seu estatuto, resta aos inadimplentes cumprir seu dever e, à Ordem, negociar à exaustão uma medida, no âmbito interno da própria entidade, para que evite o cutelo sem anestesia. 
É no que dá quando a fonte seca ...
Saul Quadros * é ex-presidente da Ordem dos Advogados do Brasil Seccional Bahia (OAB-BA).

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