Justiça

“O Tribunal de Justiça da Bahia não é o pior do país”, defende Dultra Cintra

Imagem “O Tribunal de Justiça da Bahia não é o pior do país”, defende Dultra Cintra
Desembargador não concorda com relatório do CNJ e sai em defesa da Justiça da Bahia  |   Bnews - Divulgação

Publicado em 23/04/2013, às 09h23   Alessandro Isabel (Twitter: @alesandroisabel)


FacebookTwitterWhatsApp

Às vésperas de completar 70 anos – próximo dia 28 é seu aniversário – o desembargador Carlos Alberto Dultra Cintra, ex-presidente do Tribunal de Justiça da Bahia (TJ-BA), foi o entrevistado do Programa do Bocão – Rádio Sociedade da Bahia – desta terça-feira (23).

Com experiência acumulada ao longo de 43 anos de magistratura, Dultra Cintra não fugiu da polêmica envolvendo o TJ da Bahia e o Conselho Nacional de Justiça (CNJ), que por meio de um relatório apontou o judiciário baiano como o mais deficiente do país.

“Não concordo com o CNJ. Tenho uma impressão que houve uma precipitação do corregedor (ministro Francisco Falcão). Se houve alguma falha, deve ser detectada e informada para ser corrigida, não divulgar amplamente para a imprensa. Acho que foi uma decisão precipitada, e acho que o TJ da Bahia não é o pior do país. Temos problemas sim, mas trabalhamos para corrigi-los”, afirmou o desembargador.

O magistrado – que recebeu a aposentadoria voluntária hoje – se mostrou assustado com a onda de violência na Bahia. Para ele a solução para a falta de segurança que a população vem sofrendo está na união dos políticos.

“No dia em que os prefeitos, os governadores e a presidente se unirem acho que resolveríamos grande parte dos nossos problemas e os governantes saíram endeusados. O governante que tiver visão e priorizar a segurança, sem esquecer da educação e da saúde, sairá endeusado pela população”.

Questionado sobre a eficácia do exame de ordem da OAB, ele acredita que a prova forma melhores profissionais e serve como peneira para proteger os clientes. “Se o aluno for bom e tiver condições ele vai passar pelo exame sem problemas, agora se ele foi reprovado é a prova de que não tem condições de ser um advogado. Não vejo problema na prova e concordo com a aplicação do teste”.

Fazendo uma analise sobre a atual situação do judiciário brasileiro e baiano, Dultra Cintra acredita que está havendo melhorias, mas está longe de ser o ideal. “Estamos tendo mudanças gradativas. Temos problemas seríssimos aqui que em outros estados não tem, principalmente quando se fala em investimentos e recursos, já que a Bahia é um estado pobre. Acredito que estamos melhorando, mas a Justiça ainda está ruim no Brasil e na Bahia”, concluiu.

Cintra, se formou em Bacharel em Direito pela Universidade Federal da Bahia em 1967. Passou no concurso e ingressou no Ministério Público em 1969, onde exerceu cargo de Promotor de Justiça da Comarca de Ubatã. Em 1978, foi promovido para a Comarca da Capital.

Em 1994, foi nomeado desembargado do TJ-BA para a vaga destinada ao Ministério Público. Em 2001, foi eleito presidente do TJ-BA para o biênio 2002/2004 e presidente do TRE-BA entre 2004 e 2006. Mesmo aposentado, Cintra afirma que vai continuar atuando e seu foco vai ser na conciliação.

Classificação Indicativa: Livre

FacebookTwitterWhatsApp