Justiça

Fraudes na licitação do metrô voltam a ser investigadas

Publicado em 10/08/2013, às 13h15   Redação Bocão News (twitter: @bocaonews)



A Operação Castelo de Areia deflagrada em 2009 foi reaberta pelo Ministério Público Federal de São Paulo na última semana. As investigações sobre supostas fraudes em licitações no metrô de São Paulo devem ser retomadas com o recurso ao Supremo Tribunal Federal (STF) para que a Polícia Federal retome as investigações.

Caso o pedido seja aceito, a apuração pode trazer à tona supostas fraudes cometidas no processo licitatório do metrô de Salvador. A operação denunciou, ainda em 2009, quatro executivos, dois da construtora Camargo Corrêa e outros dois da Andrade Gutierrez, por formação de cartel, fraudes ao processo de licitação das obras do metrô de Salvador e formação de quadrilha. Segundo o MPF-SP, as construtoras Camargo Corrêa e Andrade Gutierrez e a companhia alemã Siemens firmaram um consórcio denominado Metrosal para disputar a licitação, vencida pelo consórcio Cigla, formado pela italiana Impregilo e pela construtora brasileira Soares da Costa.

Após a suposta desistência do consórcio vencedor, a Metrosal foi declarada vencedora da licitação. De acordo com as investigações, documentos apreendidos provam que a exclusão da Cigla se deu de forma ilegal, pois a empresa italiana recebeu compensação financeira milionária por parte do consórcio Metrosal – estimada em mais de R$ 10 milhões. Conforme publicado pela reportagem do jornal Tribuna da Bahia.

“Ora, se a Camargo Corrêa já participava da licitação em consórcio com a Andrade Gutierrez e a Siemens, obviamente, não poderia participar, novamente, consorciada com as empresas perdedoras”, destacou a procuradora da República Karen Louise Jeanette Kahn, quando realizou a denúncia contras as empresas.

O esquema, além de envolver construtoras, remete ainda a uma lista com cerca de 200 políticos, que teriam recebido o dinheiro resultante das negociações. Estancada há três anos, a Operação Castelo de Areia foi suspensa sob argumentação de que as escutas realizadas foram feitas de maneira ilegal. A decisão do Supremo Tribunal de Justiça – inédita até então – aceitou a tese do ex-ministro Marcio Thomaz Bastos, advogado da Camargo Corrêa, de que uma denúncia anônima não poderia dar início a um processo de investigação por meio de escutas.

Nas gravações aparecerem figuras proeminentes no cenário político nacional, como o atual vice-presidente da República, Michel Temer, então presidente da Câmara dos Deputados. Ainda não há um prazo definido para certificar que a operação será efetivamente reiniciada. O pedido aguarda a análise do recém-empossado ministro do STF, Luiz Roberto Barroso, porém, a simples menção do nome já deixou os bastidores da política e do setor da construção civil agitados, vide a série de documentos e indicativos de que existiu uma série de negociatas envolvendo empresas do setor e também políticos de alto calibre.

As informações são da Tribuna da Bahia

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