Justiça

Governo Federal nega pedido de anistia para amante de ex-presidente militar

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A amante do general João Figueiredo  |   Bnews - Divulgação Divulgação

Publicado em 13/09/2022, às 07h10   Redação


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A amante do general João Figueiredo, último militar a presidir o país durante a ditadura, teve negado seu pedido de reparação pelo Ministério da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos. Edine Souza Correia, de 66 anos, aguardava uma resposta da Comissão de Anistia há 20 anos. As informações são de O Globo. Além de afirmar ser amante do ex-presidente, ela também alega ser mãe de um filho do militar. A mulher alega ter sido perseguida politicamente após o término de um relacionamento extraconjugal com o ex-presidente, que era casado, entre os anos 1970 e 1980.

“A gente se amou muito, por isso que eu até me emociono”, diz. Em entrevista ao jornal, ela se recorda que costumava cavalgar com Figueiredo, que ficou famoso por seu gosto por cavalos. Era Mitaí, um dos cavalos do general, o seu preferido – ela tem uma foto montada sobre ele no seu perfil do WhatsApp. De acordo com Edine, durante idas e vindas no relacionamento com Figueiredo, de quem se afastou depois que ele assumiu a Presidência, em 1979, ela teve mais dois filhos com homens diferentes, o que teria causado a ira do general-presidente.

Ao jornal, o Ministério informou que a demora no processo de anistia de Edine se deu porque o caso foi "erroneamente arquivado sem a devida apreciação de recurso apresentado pela requerente" depois que o pedido foi indeferido pela primeira vez, em 2004. “Eu tenho todas as provas de que fui perseguida, de que fui injustiçada, mandada embora, sem justa causa. Com três filhos pequenos para criar, fui despejada do apartamento funcional em que morava. Fiquei na rua da amargura, igual mendigo na rua com filhos pequenos”, diz Edine, que hoje vive numa casa modesta na periferia de Brasília.

Ela diz que gostaria de receber uma reparação que compensasse esses anos todos que ficou desempregada, sofrendo torturas psicológicas. “Não sei quanto pagariam, não tenho ideia, mas que seja uma coisa justa”, diz. E, acrescenta: “Falta de provas não é. Tenho provas até demais, muitos documentos foram arrolados na contestação que o meu advogado apresentou na Comissão de Anistia”.

A reportagem detalha ainda que Edine passou os últimos anos pressionando o órgão por meio de e-mails e telefonemas, para que seu caso fosse analisado. Em 2004, segundo o ministério, o pedido de reparação foi indeferido e arquivado. Reaberto em maio de 2019 a partir de um recurso, foi arquivado no fim de agosto. Na última terça-feira, uma carta do ministério chegou à Edine dizendo que não havia mais possibilidade de recurso e que o processo seria arquivado.

Baseada em documentos antigos e cartas supostamente escritas por Figueiredo que guarda até hoje, ela repete a mesma versão desde os anos 1980, quando ganhou as páginas de jornais e revistas ao processar o ex-presidente por não reconhecer o filho que, segundo ela, tiveram juntos, hoje com mais de 40 anos. Morto em 1999, Figueiredo nunca admitiu o relacionamento, negou fazer exame de DNA e entrou com uma queixa-crime contra Edine nos anos 1980, por calúnia — segundo ela, o caso foi arquivado pois Figueiredo não queria ser obrigado a fazer exame de paternidade.

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