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Justiça determina afastamento de Geraldo Rufino, conhecido como 'catador de sonhos', da JR Diesel

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A recuperação judicial da JR Diesel se arrasta desde 2016 quando a empresa devia R$ 40 milhões  |   Bnews - Divulgação Divulgação

Publicado em 12/01/2024, às 15h06   Cadastrado por Bernardo Rego


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O empresário Geraldo Rufino foi afastado pela Justiça de São Paulo da administração da empresa JR Diesel, maior rede de desmanche da América Latina. A juíza responsável pela recuperação judicial nomeou um gestor de sua confiança e determinou que sejam apurados indícios de fraudes em suas contas.

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Um relatório preliminar foi entregue e aponta suspeitas de crimes falimentares. No documento,ele afirma ter encontrado pagamentos da empresa a parentes e a empresas ligadas à família de Geraldo Rufino, aparentemente sem vínculo com a JR Diesel. As informações são do portal Metrópoles. 


Na decisão em que afastou Rufino, a magistrada também mandou trocar o administrador judicial da empresa, por quebra de confiança. A juíza Gilvana de Souza, da 7ª Vara Cível de Osasco, determinou à Polícia Civil de São Paulo e à Polícia Federal (PF) que enviem inquéritos sobre empresas ligadas a familiares do empresário para ajudar a apurar possíveis irregularidades na recuperação judicial.

Guerra de milhões na Justiça

A recuperação judicial da JR Diesel se arrasta desde 2016. À época, a empresa devia R$ 40 milhões a fornecedores e bancos. No ano passado, o Tribunal de Justiça de São Paulo (TJSP) chegou a determinar a falência da empresa. A decisão, porém, foi cassada pelo Superior Tribunal de Justiça (STJ).


Em 2023, empresas como a gigante de logística JSL e a Movidas, do ramo de locação de veículos, reivindicaram dívidas milionárias e acusaram Geraldo Rufino de se esquivar de decisões que determinam seu pagamento. Rufino diz ser perseguido pelo dono da JSL, de quem era amigo, após ser garantidor de uma dívida de seu filho que não foi paga. 


Além do afastamento de Rufino e de diretores de sua confiança, a Justiça determinou que eles fiquem proibidos de vender ou transferir ativos da empresa e que todas as senhas para controle das contas bancárias sejam transferidas para os novos gestores.


Recém-nomeada como gestora da JR Diesel, a empresa FK Consulting afirmou ter encontrado “indícios de crimes falimentares, despesas injustificáveis, descapitalização, entre outros fatos passíveis de serem ainda apurados”.

Entre as saídas de dinheiro da empresa para pessoas ligadas a Rufino, estão R$ 1,8 milhão, somente no ano de 2023, para o empresário, sua esposa, seus sobrinhos, empresas de familiares e pessoas de confiança. 

A gestora judicial encontrou também uma série de transações picadas em dinheiro, de R$ 5 mil a R$ 8 mil, e alertou para o risco de “desvio ou sonegação”. O dinheiro em espécie girando nas contas da JR Diesel chegou a R$ 770 mil somente em 2023 e 14% foram direcionados à diretoria da empresa e a empresas suspeitas de receberem dinheiro indevidamente e serem ligadas a Geraldo Rufino.

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