Cultura

"Não precisamos de mais propostas", diz Olívia Santana

Publicado em 21/11/2011, às 08h18   Redação Bocão News


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Um dos eventos que marcou o Dia Nacional da Consciência Negra, neste domingo (20), foi a 11ª Caminhada da Liberdade, que saiu do Curuzu ao som do grupo Ilê Aiyê e seguiu em direção ao Pelourinho.

Este ano, a figura escolhida para ser homenageada foi o ativista Abdias do Nascimento. Criado pelo Fórum de Entidades Negras da Bahia, o lema “Viva Abdias! Viva Zumbi! Igualdade é pra Valer” faz referência ao ator, diretor, dramaturgo, artista plástico, poeta e militante brasileiro Abdias, que faleceu em maio deste ano, aos 97 anos.

Além da comunidade local, estiveram presentes turistas e figuras políticas como o deputado Federal Nelson Pelegrino (PT), e os vereadores Gilmar Santiago (PT) e Olívia Santana (PCdoB), que estava na companhia do diretor executivo do Programa Conjunto das Nações Unidas sobre a Sida (ONUSIDA), Djibril Diallo. Segundo Olívia, "ele desistiu de ir para casa para ficar mais um dia e conhecer de perto a caminhada da consciência negra".
Para a vereadora, já existem bons projetos que podem combater o preconceito o que falta é o cumprimento deles. "Nós não precisamos de mais propostas. Deve haver a concretização de políticas públicas para eliminação do racismo. É urgente que isso aconteça!", disse a comunista.
Os protestos dos movimentos negros contra o preconceito também fizeram parte das declarações do mestre de percussão do Ilê Aiyê, Mario Pan. "A gente colhe ainda uma herança de falta de estrutura para comunidade negra. Hoje a gente vê as favelas e em todas elas há predominância de negros, que sofrem com os problemas sociais e que acabam buscando o caminho da criminalidade para poder se reeguer, mas é um caminho ruim. E a gente tenta lutar através da música para tranformar essa situação", disse Pan.
Ele colocou ainda a falta de oportunidade como um dos problemas enfrentados pelos negros. "A escravidão deixou uma herança cultural para os negros, mas deixou uma herança material para os brancos. Eles transformaram as plantações de café em agências de publicidade. É comum branco ter filho com o próprio branco, não se misturar. Eu não quero que o branco me aceite, eu quero que ele respeite a minha cultura. Nós queremos é oportunidade", disse o líder musical.
A caminhada foi acompanhada dos blocos afros Okanbí, Malê Debalê, Cortejo Afro, Muzenza, Ilê Aiyê e Os Negões.

Veja as fotos do Dia Nacional da Consciência Negra


Fotos: Gilberto Júnior// Bocão News


Matéria postada originalmente às 14h28, do dia 20 de novembro

Classificação Indicativa: Livre

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