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Alvo de piada preconceituosa de Bolsonaro, Guaraná Jesus foi criado por ateu

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“Virei boiola, igual maranhense”, frase polêmica gerou revolta entre população na quinta-feira (29)  |   Bnews - Divulgação Reprodução / Redes Sociais

Publicado em 31/10/2020, às 15h51   Brenda Viana


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Símbolo do Maranhão, o Guaraná Jesus foi alvo de polêmica esta semana após uma declaração preconceituosa feita pelo presidente Jair Bolsonaro (sem partido). Em sua passagem pelo estado, Bolsonaro, ao beber o refrigerante, afirmou “Agora eu virei boiola. Igual maranhense, é isso?”. Além dessa fala, o presidente ainda comentou que quem toma do guaraná, vira maranhense. 

Mas, engana-se quem acha que, pelo nome, a bebida foi feita por alguém que acreditava em Cristo. Muito pelo contrário, foi criado por um homem declaradamente ateu e que tinha fama de comunista.

Jesus Norberto Gomes criou o guaraná após fazer uma sessão de águas gasosas e refrigerantes, o que era comum nos anos 60 em sua farmácia. Não agradou ao público e, depois de várias tentativas à base de extratos vegetais, virou símbolo maranhense, conquistando o paladar da população. Jesus tinha o hábito de sempre batizar as suas invenções com seu nome, como Antigripal Jesus, Xarope Peitoral Jesus, entre outros. 

Em 1961, a família vendeu a fábrica para a Cervejaria Antárctica Paulista, mas houve cancelamento no contrato, pois a fórmula original foi adulterada. Em 1963, Jesus Norberto faleceu e, em 1980, a Companhia Maranhense de Refrigerantes comprou a marca, hoje sendo da Cola-Cola Brasil. O logotipo no rótulo do guaraná é a escrita do próprio Jesus Norberto. Inicialmente ele era vendido apenas em São Luís, mas hoje Maranhão, Piauí, São Paulo, Minas Gerais, Paraná e Brasília recebem a distribuição.

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