Cultura
Publicado em 15/08/2021, às 14h23 Brenda Viana
Ao entrar na casa de Jorge Amado e Zélia Gattai, na rua Alagoinhas, no bairro do Rio Vermelho, em Salvador, você não repara no local em si logo de cara, mas no quanto de amor o casal exalou durante todo o tempo que permaneceram juntos.
Comprada com o dinheiro da venda dos direitos autorais de “Gabriela”, no final da década de 50, a residência, cheia de símbolos do Candomblé, só ficou pronta em 1963 após passar por uma reforma.
(Dinaldo Silva / Bnews)
Lá, Amado e Gattai reunia amigos, familiares e tiveram os dois filhos, Paloma e João Jorge. A cozinha teve de ser ampliada para receber os grandes amigos que tinham, então compraram a casa ao lado e aumentaram.
(Dinaldo Silva / Bnews)
No local, por conta da pandemia, não pode fumar, tocar nos objetos, muito menos tirar a máscara, mas é possível apreciar cada detalhe dos mais de dois mil metros quadrados de área, pensado pelo escritor. As portas e azulejos, por exemplo, foram presentes do artista plástico Carybé. Já a peça de metal em formato de sereia, o amigo Mário Cravo Jr presenteou Zélia Gattai.
No closet do casal, que era o quarto de Paloma antes de se casar e mudar para o Rio, tem cartas enviadas de Amado para a esposa, além de amigos que escreviam com frequência. Oscar Niemeyer, Monteiro Lobato, Érico Verissimo, Dorival Caymmi, até internacional, vindo diretamente de Londres, com a esposa de John Lennon, Yoko Ono. Ainda há textos escritos do autor para Zélia comentando sobre o seu pavor de avião.
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Ainda no local, é possível ver algumas roupas de Jorge Amado penduradas. “Cafona” era a palavra mais usava por diversas pessoas na época para se referir as vestimentas do escritor. Em 1947, Amado foi eleito deputado federal e o apelido seguiu, principalmente porque o baiano não gostava de usar ternos.
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Os visitantes ainda tem a experiência de observar o acervo de livros em cerca de 40 línguas. Jorge escreveu 32 livros ao longo dos 60 anos de carreira. Já Zélia, 14 obras, incluindo livros de memória e romance. Todos na biblioteca da casa central.
(Dinaldo Silva / Bnews)
Ao chegar no quarto do casal, os azulejos de Carybé seguem na decoração que continua 100% original. O azul e branco mostra a leveza do local, além de projeções de romances com narração.
(Dinaldo Silva / Bnews)
Hoje, as cinzas do casal estão exatamente no local onde eles mais gostavam de ficar: nos bancos. No jardim, a seta de Oxóssi se encontra exatamente nos assentos, mostrando que estão juntos, mesmo depois da morte.
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Atualmente, a casa tem diversas restrições por conta da pandemia, porém, nada que impeça o passeio e o acervo cultural. Ela fica aberta das 10h da manhã até às 18h, se terça a domingo. Para quem é soteropolitano, ainda tem um adendo: pode levar o comprovante de residência para comprovar que é morador da capital e assim, pagar apenas R$ 10. Os visitantes de fora, pagam R$ 20. Às quartas, a entrada é de graça, não só na casa do Rio Vermelho, como também em qualquer outro espaço cultural de Salvador.
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