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Projeto Axé: "Ainda há risco de fecharmos as portas"

Imagem Projeto Axé: "Ainda há risco de fecharmos as portas"
Segundo o coordenador geral, Sedes não efetuou pagamento de agosto  |   Bnews - Divulgação

Publicado em 25/08/2012, às 11h11   Caroline Gois (Twitter: @GoisCarol)


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A situação de risco na qual se encontra o Projeto Axé ainda perdura. Em julho deste ano, o Bocão News teve acesso, com exclusividade, a um informativo assinado pelo presidente da instituição, Cesare La Rocca, no qual ele descreve a crise no Projeto.
Segundo La Rocca, "nunca o Projeto Axé esteve tão mal". De acordo com o documento, parcelas dos convênios SEDES/ AXÉ, estariam atrasadas em até 14 meses. "Durante quatro anos, ao invés de quatro convênios, foram assinados e executados apenas dois", afirmou o presidente.
No arquivo, que consta de três páginas, Rocca informou que há na instuitição "um desastre financeiro" e que nas duas gestões do Governo Jaques Wagner (PT), "primeiro e segundo mandato, o Projeto nunca teve uma vida tranquila, sempre navegou em mar revolto, na ausência total de política pública na área social, sendo esta situação responsabilidade exclusiva da secretaria do estado de Desenvolvimento Social e Combate à Pobreza (Sedes)".
Após a matéria, uma reunião foi realizada entre a Secretaria Estadual de Desenvolvimento Social (Sedes) e o Projeto Axé, na qual assinaram um novo convênio, com prazo de um ano, para repasse de recursos e que entrará em vigor no mês de agosto.
Em nota  - divulgada na época, a Sedes informou que, juntamente com o Axé, foram discutidos os procedimentos e ajustes para integração das atividades da ONG ao Sistema Único de Assistência Social (SUAS). A reunião, coordenada pela secretária da Sedes, Maria de Moraes, com a participação do presidente do Projeto Axé, Cesare de La Rocca, contribuiu tanto para esclarecer à ONG sobre a dinâmica de funcionamento do SUAS, quanto para a reafirmação da importância do trabalho do Axé no atendimento de crianças e adolescentes em situação de rua e risco pessoal e social, complementando e qualificação da rede de serviços socioassistenciais.
Até a formalização do novo convênio, a Sedes continuará pagando, a título de indenização, os recursos referentes ao convênio assinado em 2010, à medida que a prestação de contas for apresentada, para assegurar o funcionamento das atividades. No dia 19 passado, foram pagos R$ 66.388,71, referentes ao mês de maio deste ano de 2012.
Masm em contato com a redação do Bocão News nesta sexta-feira (24), o coordenador geral do Projeto Axé,  Helmut Shred, disse que a instituição ainda precisa de ajuda. "Ainda estamos aguardando o repasse da parcela do convênio assinado com a Sedes. Só estamos esperando a liberação", afirmou o coordenador. Segundo Shred, o valor do convênio ficou acordado em R$ 2.400 milhõe a serem pagos no período de 12 meses, sendo R$ 170 mil por mês. "Esse valor não é suficiente para manter o projeto", revelou.
Shred afirmou à nossa equipe que o Projeto Axé está funcionando de forma irregular, "abrindo um dia sim, um dia não, já que não temos dinheiro para pagar o transporte dos meninos", contou. Sobre a possiblibidade de fechar as portas, o coordenador voltou a afirmar: "Ainda há risco de fecharmos as portas. Este valor do convênio - que ainda não recebemos - é metade do precisamos para nos garantir nossas atividades".
A equipe de reportagem do Bocão News entrou em contato com a Sedes para obter esclarecimentos sobre o não pagamento. Em nota, o órgão escalreceu. Veja abaixo, na íntegra:
O Governo do Estado da Bahia, por meio da Secretaria de Desenvolvimento Social e Combate à Pobreza (Sedes) empreende esforços junto aos órgãos responsáveis, para que todas as certidões irregulares do Projeto Axé, referentes ao INSS, FGTS e Receita Federal, entre outros encargos sociais, sejam regularizadas. O objetivo dessa ação é dar condições que tornem a instituição apta para receber o benefício em questão. É importante ressaltar que o público atendido pelo Projeto Axé é prioritário para o Governo do Estado, visto que a principal perspectiva das políticas públicas sociais é promover a erradicação da extrema pobreza na Bahia.  
O Axé
Em 15 anos de existência passaram pelo Axé cerca de 13.700 crianças e adolescentes. Atualmente o Axé assiste 1.547 crianças e jovens dos 5 aos 21 anos de idade, onde aproximadamente 40% são meninas. Através do processo educativo e artístico o Axé luta para tirar tantas jovens vidas do abuso sexual e de trabalho.

Classificação Indicativa: Livre

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