Cultura
Publicado em 24/03/2023, às 07h00 Natane Ramos
O artesanato é toda produção artística realizada manualmente, com o auxílio de matérias-primas naturais e a presença de um artesão. A prática desse tipo de trabalho manual pode representar uma independência financeira, além de fomentar a economia criativa para diversas mulheres baianas que buscam trabalhar com sua arte.
Em visita a loja compartilhada do Parque Shopping Bahia, que apresenta uma verdadeira feira de artesanato, o Bnews conversou com artesãs que compartilharam a experiência de serem mulheres e produtoras artísticas na Bahia.
A artesã Mara Rúbia, que largou sua profissão de professora para se dedicar ao artesanato, revelou o que a motivou a dedicar sua vida a essa arte. “Deixei tudo por amar muito e por me identificar com a arte. Eu pinto tela, madeira, tecido, trabalho muito com reciclagem, reciclando janelas, madeiras velhas e outros objetos. Nada vai para o lixo, meu foco é o reaproveitamento”, declarou Mara.
Mara ainda falou sobre como ela enxerga sua profissão e a decisão de escolher trabalhar com artesanato.“Eu me valorizo muito, acho muito importante o trabalho que faço, além de ser remunerada, eu escolhi como profissão, tanto que larguei tudo. Me sinto gratificada por ser mulher e por ser artesã e viver exclusivamente do artesanato”, contou ela.
A artesã Rosa Gordilho, formada em decoração e especializada em ambientação e cenografia, também deixou sua profissão de formação para focar no sonho de trabalhar com obras personalizadas.“Sempre trabalhei com a área de arte, depois de muitos anos trabalhando com ambientação e cenografia, eu comecei a singularizar o meu trabalho com minhas mãos. Eu faço hoje almofadas personalizadas, bordadas a mão, pinto e bordo, e com isso eu desenvolvi um trabalho que precisa somente de mim”, declarou.
Gordilho ainda comentou sobre como o artesanato começou a passar de uma arte que muitos consideravam, devido a preconceitos, como algo de “gente que não tinha o que fazer”, para um trabalho importante e necessário ao mercado de trabalho. “Eu acho que agora profissionalizamos, né?Agora se tornou uma técnica,que já vem do coração, de uma herança cultural de nossos avós, nossas mães. Nos aprimoramos e com isso a gente singularizou e personalizou um trabalho que é feito com muito amor, e que representa uma forma de sobrevivência, uma forma de independência financeira”, explicou ela.
O projeto de políticas públicas fomentado pela prefeitura de Lauro de Freitas, juntamente com o Parque Shopping Bahia, conta com a presença de Valdicelia, representante da Secretaria de Trabalho, Esporte e Lazer (Setrel), para estar auxiliando na gestão das exposições das produções artesanais.
A secretária compartilhou sobre a visibilidade que a ação vem recebendo perante a sociedade. “A gente vem crescendo as vendas a partir do momento em que as pessoas começam a ter um conhecimento do projeto, quando o projeto tem uma visibilidade maior. Esse é um projeto que vem realmente sendo defendido”, comentou Valdicelia.
O artesanato vem ganhando espaço em outras meios além do espaço físico, como é o caso da jovem artesã Fernanda, de 20 anos. A artesã compartilhou como é o processo de produção voltado às vendas onlines e as principais dificuldades trabalhando com artesanato. “A maior dificuldade é conseguir cliente, com certeza. Como é algo que não ganho bastante, por falta de clientes, não tenho como no momento deixar o trabalho pra ficar somente no artesanato, é minha vontade mas é difícil, porém não impossível”, comentou ela.
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“Valorizarem o artesanato. É algo manual, feito com amor e carinho, leva dinheiro de materiais e mão de obra, é um trabalho como qualquer outro, não desvalorizem por favor”, concluiu Fernanda.
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