Denúncia

Permissionários denunciam Mercado do Rio Vermelho: "venderam ilusão"

Publicado em 02/06/2015, às 07h06   Caroline Gois (Twitter: @bocaonews)


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Rachaduras, alagamentos, calor, falta de acondicionamento de lixo, entre outros problemas foram relatados à reportagem do Bocão News pela presidente do sindicato dos permissionários da Ceasinha, que ocupam, atualmente, boxes do novo Mercado do Rio Vermelho. De acordo com Karina Gusmão, o local está com as obras incompletas. "Deveriam ser entregues em junho do ano passado. São infiltrações em diversos boxes e nada é feito. Nunca tem dinheiro para conserto", denunciou, informando que a empresa responsável pelo local é a Enashopp. "Estamos sofrendo demais e eu, como presidente, preciso tomar uma posição porque venderam ilusão", afirma.

A reportagem do site esteve no local e registrou, de fato, os problemas citados por Karina em alguns boxes. Permissionária há 20 anos, Karina alega que "foram dois anos nos boxes provisórios e depois voltamos só que a obra foi entregue de forma parcial. Com isso, há também material inferior que foi utilizado nas estruturas e existem portas quebradas. A gente reclama junto à administradora, que manda para Ebal e, esta, manda de volta para a Enashopp. Ficam no jogo de empurra".
Ainda conforme a denunciante, apesar de todos os problemas, os valores do aluguel e condomínio chegam a R$ 4 mil. "São cerca de 130 permissionários e cada um arca com valores altos sem termos um retorno. Não sabemos mais o que fazer", avaliou.
O site entrou em contato com a Ebal, pasta responsável pelo Mercado, que afirmou através de nota estar surpresa com a denúncia,"já que, nos causa estranheza tal declaração quanto à prestação de contas, uma vez que a Sra. Gusmão faz parte, inclusive, de um comitê formado pelos permissionários para análise mensal das contas". Com relação ao tipo de contrato firmado entre a Ebal e a Enashopp, a estatal afirma que houve processo licitatório ocorrido em março de 2014. A referida empresa é remunerada mensalmente através de taxas de administração previstas neste contrato. 
A Ebal reforçou ainda que o projeto de requalificação do Mercado do Rio Vermelho teve um custo total de R$28 milhões, fazendo parte das ações realizadas pelo Governo do Estado nas melhorias dos espaços alimentícios e feiras de Salvador.
Já com relação ao término das obras, a Companhia de Desenvolvimento Urbano do Estado da Bahia (Conder) informa que as obras foram concluídas em junho do ano passado, conforme previsto. "A reclamação trata de questões estruturais que não diz respeito à construção ou envolve a Conder", afirmou a assessoria. A obra da Conder foi realizada pela empresa AXXO, cujo processo passou por licitação. Em nota, a empresa garante que a reforma do espaço realizada incluiu a ampliação de 88% da área construída, com investimentos de R$ 28 milhões, em parte financiados pela Caixa Econômica Federal. Com 171 boxes com produtos de hortifruti, peixarias, açougues, floriculturas, lojas de artesanato e praça de alimentação, o mercado oferece ainda 240 vagas de estacionamento para os visitantes, das quais 179 são cobertas.
Por meio da nota, a Conder reforça que "além da qualidade do serviço prestado, a administração, sob responsabilidade da Empresa Baiana de Alimentos (Ebal), através da empresa Enashopp, organizou um sistema de coleta seletiva e as instalações obedecem rigoroso padrão de higiene sanitária". 
Entretanto, insatisfeita com o resultado, a presidente do sindicato afirma que pode abrir processo contra a Ena mediante assembleia com aprovação da maioria. "Falta um monte de coisa e ninguém se responsabiliza". 
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Publicada no dia 1° de junho de 2015, às 11h

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