Denúncia

Feira: fiscais estariam recebendo propina para liberar transporte clandestino

Publicado em 10/09/2015, às 08h18   Redação Bocão News (Twitter: @bocaonews)


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A atuação do transporte clandestino em Feira de Santana, a 108 Km de Salvador, ocorre com a concessão de quem deveria impedi-lo. Em troca de dinheiro, os fiscais que trabalham para a empresa de segurança P&K, que faz a fiscalização terceirizada para a prefeitura, fazem vista grossa para os veículos clandestinos, conhecidos por 'ligeirinhos' na Princesa do Sertão.

Segundo foi noticiado pelo site Tribuna Feirense, os próprios fiscais fazem a afirmação, através de conversas em um grupo de WhatsApp obtidas pelo programa Linha Direta, da Rádio Sociedade AM. Por meio do grupo no aplicativo, eles fazem cobranças, queixas e ameaças contra quem reclama do pagamento.

Nas gravações, não foram mencionados valores, mas fontes informaram que são cobrados em torno de R$ 15,00 por dia ou R$ 50,00 por semana. Um dos envolvidos no esquema é identificado apenas pelo prenome "Cláudio". As gravações teriam vazado porque os clandestinos estão se sentindo pressionados pelo esquema de extorsão. 

Em um dos áudios fica claro o clima de insatisfação, porque o fiscal cobrador de propina se mostra irritado e chama de “rebanho de pilantra mal-agradecido” quem está reclamando. E questiona se não seria muito mais caro se as placas fossem anotadas e repassadas à PM, que é quem tem o poder para fazer as apreensões e até mesmo prisões em blitzen. O homem, não identificado, pergunta quanto vale a omissão dos que recebem ordens “do major e do capitão” pra anotar as placas, mas não cumprem.

Ouça:

A Secretaria de Transportes é comandada pelo major Ebenezer Tuy, e tem o capitão Demerval em cargo de chefia à frente de fiscalizações contra os 'ligeirinhos'. Ainda de acordo com o site local, o secretário Ebenezer Tuy não se mostrou impressionado com o conteúdo das gravações. Ao contrário, tratou como uma prática de rotineira, acrescentando que para coibir troca o pessoal da fiscalização periodicamente.

"Há dois meses nós trocamos praticamente 90% da equipe da fiscalização", informou o secretário.

O grupo de fiscais de transporte é formado de pessoas do próprio quadro da Secretaria e também de terceirizados da empresa P&K. A prefeitura ressalta que as irregularidades denunciadas envolvem indivíduos contratados para prestação de serviço temporário, que, segundo a Casa, formam a maioria da equipe.

Apesar de encarar inicialmente com naturalidade, o major Ebenezer Tuy afirma que a denúncia está sendo apurada em sindicância. Ele ainda enfatiza que a prefeitura combate o transporte clandestino, pautado na semana passada com matéria postada no site do Executivo. A foto que ilustra esta matéria, de veículos apreendidos, foi distribuída nesta ocasião.

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