Denúncia

Veterinária fala de danos causados aos animais com rojões e bombas

Publicado em 27/06/2016, às 08h06   Tony Silva (twitter: @Tony_SilvaBNews)


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Por causa da quantidade de internautas que entraram em contato com a redação do Bocão News para reclamar do sofrimento dos animais com fogos de artificio, bombas e rojões utilizados nas festas juninas, a reportagem do site entrevistou a veterinária Júlia Gomes. A profissional atende em uma clínica veterinária no bairro de Itapuã. A especialista falou sobre os danos causados a saúde do animal e os cuidados que devem ser tomados nesta época.

Entre a quarta-feira (23) e o final da tarde de quinta-feira (24), deram entrada no Hospital Geral do Estado (HGE), 38 pessoas que sofreram queimaduras causadas por explosões de bombas e rojões e outros fogos de artifício. Além dos riscos e o incômodo ao ser humano, estes artefatos atingem negativamente os animais, principalmente cães, gatos e aves, que sofrem traumas por eles terem uma audição mais sensível que a humana.

A veterinária Júlia Gonçalves explicou que entre os maiores efeitos dos fogos nos cães e gatos podem ser identificados: no caso dos cães eles latem de forma desesperada, os gatos apresentam salivação taquicardia. “Os dois animais podem defecar e urinar de forma involuntária, além de se fugirem por conta dos fogos. No caso dos animais silvestres, a exemplo da calopsita, estes podem simplesmente fugir, ou até morrer, pois o metabolismo mais acelerado gera principalmente aumento nos batimentos cardíacos e também sofrem alteração no seu ciclo reprodutor. Definitivamente fogos são prejudiciais aos animais”, explica Júlia.

Júlia Gonçalves falou também dos cuidados que os donos de animais devem tomar para minimizar o sofrimento com os fogos. “Não há como tirar os fogos, por isso quem tem animais em casa devem ser organizar para essa época e tomar medidas preventivas para diminuir esse sofrimento, a exemplo coloca-los um local confortável que ele reconheça, evitar prender, pois coleiras por exemplo, podem causar enforcamento. Fechar portas e janelas, mas deixar iluminação. Outra medida é evitar dar alimentos pesados, identificar os animais com plaquinhas para que possam ser encontrados em caso de fuga; evitar muitos animais juntos, pois com susto, eles podem terminar brigando. Pode também ligar o rádio e a TV para diminuir o barulho das explosões”, orienta. 

Calopsita foge assustado com barulho dos fogos na Ribeira e dono do pássaro fica desesperado

O morador da Avenida Beira Mar, no bairro da Ribeira, Denisson França, 43 anos, entrou em contato com a reportagem do site desesperado, após a fuga da calopsita macho, de cinco meses, que atende pelo nome de “baby”, neste sábado (25). Segundo Denison, a ave se assustou com o barulho dos fogos e voou até a rua e foi levada por pessoas em um carro.

Denisson apela para quem souber do paradeiro do pássaro que a devolva e até oferece uma recompensa. “Ele era criado solto dentro de casa e só fugiu por que se assustou com o barulho das bombas. Essa calopsita vivia aqui desde 20 dias de nascida e é muito apegado a todos nós aqui em casa e a gente a ele. Se ele ficar longe demais da gente é capaz de morrer. Por favor quem souber onde ele está devolva e nós damos uma recompensa”, apela.

Denisson divulga números para quem encontrar a calopsita baby. (71) 3488-5967 e (71) 98782-1650.

Deputado tem projeto de lei para proibir fogos no São João

O deputado Marcell Moraes (PV), lançou uma campanha neste São João e tem um projeto de Lei 21381/2015, que tem o objetivo proíbe o manuseio, utilização e queima e soltura de fogos de artifícios, artefatos pirotécnicos, em eventos realizados com a participação de animais, ou áreas próximas a locais onde se abrigam animais no estado da Bahia. O projeto proíbe a ação com fogos em parques públicos, matas ou áreas de preservação permanentes. Objetivo é preservar a saúde e vida animal.

Deputado Marcell Moraes e Irmã Marcele Moraes fazem vídeo 

Marcell disse a reportagem do Bocão News que espera que a sociedade reflita e pare de soltar fogos de artifício. “Precisamos pensar também em outras vidas, se animais morrem, sofrem por causa dos fogos, então não devemos propagar isso”, afirma. 

Neste São João, internautas fizeram campanhas contra a utilização de fogos em proteção aos animais.

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