Denúncia

Homem quase morre afogado em praia sem salva vidas no Rio Vermelho

Publicado em 01/11/2016, às 09h14   Adelia Felix



Em janeiro deste ano, o Bocão News denunciou que mais de 70% das praias de Salvador não têm salva vidas. A situação foi revelada pelo presidente da Associação Bahiana de Salvamento Aquático (Abasa), Pedro Barretto.
Neste domingo (30), se não fosse a ação de um ex-funcionário terceirizado da Coordenadoria de Salvamento Marítimo de Salvador (Salvamar) presente na Praia do Buracão, no Rio Vermelho, um homem teria morrido afogado. “Ele foi demitido e nenhuma outra pessoa foi colocada no lugar dele. A praia estava desguarnecida. Neste posto não há cobertura da Salvamar, nem do Corpo de Bombeiros há muitos anos”, relata Barreto. 
O salva vidas a quem Barreto se refere é Fernando Pessoa, que atua no ramo há 16 anos e está desempregado. “Infelizmente, isso acontece todo final de semana. Lá, não tem salva vidas. Nesse dia, eu estava descendo as escadas e vi a situação. O pessoal desesperado. Fui tirando a roupa e consegui ajudar o rapaz. Um amigo meu de infância, vendedor ambulante, estava passando no momento e me deu apoio. Esse todo mundo ficou sabendo, mas tem final de semana que acontece até 10 casos e ninguém sabe de nada”, conta Fernando Pessoa.
Ele detalha também que os próprios barraqueiros ficam a postos. “Eles já ficam preparados. Tem barraqueiro que fica com a boia na mão, mas muitos não têm experiência e ficam desesperados porque não podem ajudar”, descreve.
Presidente da Abasa, Pedro Barreto, e o ex-funcionário da Salvamar, Fernando Pessoa
A Secretaria Municipal de Ordem Pública (Semop) informou que a Salvamar responde apenas pelo trecho do litoral que vai da praia do Jardim de Alah até o limite com Lauro de Freitas, em Ipitanga. Ressaltou ainda que após um acordo, firmado na gestão anterior, definiu que a equipe de salvamento aquático na Praia do Buracão e em outras localidades da cidade ficam sob responsabilidade do 13º Grupamento de Bombeiros Militares, ou seja, o governo estadual.
Nesta manhã, o Corpo de Bombeiros foi procurado por meio da assessoria da Secretaria de Segurança Pública do estado, entretanto até o fechamento desta reportagem nenhum posicionamento foi enviado. 
De acordo com a Sociedade Brasileira de Salvamento Aquático (Sobrasa), no final de 1997, foram definidos dois serviços de Salvamento Aquático na capital baiana. A Salvamar ficou responsável pela faixa atlântica da orla com 17 km de extensão e o Corpo de Bombeiros com o outro trecho da orla atlântica, Baía de Todos os Santos, trecho entre a Ilha de Itaparica e Salvador, ficando ainda sob seu domínio os rios, lagos e lagoas.
Segundo Barreto, a Ilha dos Frades, Ribeira, São Tomé de Paripe, Praia do Buracão e outras localidades estão descobertas. “A responsabilidade é compartilhada. Enquanto isso a população sobra”, finaliza.

Publicada no dia 31 de outubro de 2016, às 12h59

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