Denúncia

Bebê de 1 ano e 6 meses morre em posto de Lauro de Freitas e mãe acusa negligência médica

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Mãe da criança ainda acusa a prefeita Moema Gramacho de "comprar seu silêncio"  |   Bnews - Divulgação Reprodução

Publicado em 26/05/2018, às 17h37   Juliana Nobre


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Lara Ferreira Almeida tinha 1 ano e 6 meses quando entrou no posto de saúde Nelson Barros, em Lauro de Freitas com a mãe, Geane Ferreira, na última quinta-feira (24), às 22h30, com diarreia e vômitos. Mas ao ser medicada, passou mal e morreu no local. Em conversa com o BNews, a mãe da menina acusou a unidade de negligência médica.

“Lara estava vomitando e com pouco de diarréia, mas não era muito. Levei ao posto para passar um medicamento para parar de vomitar. O médico falou que ia passar o soro, mas a enfermeira estava agoniada porque estava no horário de descanso dela. Ela e outra enfermeira conversavam muito e aplicou a medicação direto na veia da criança. Não foi via soro”, contou.

Ainda na aplicação de um medicamento intravenoso, a criança teria tido reações como boca esapumando, roxidão e vômito. De acordo com Geane, a filha logo ficou pálida e gelada. “Eu sai correndo pelo posto, gritando. Levaram minha filha para uma outra sala para tentar reanimação, mas minha filha já estava morta”, contou.

A mãe ainda afirmou que foi impedida de fazer ligações e de sair de uma das salas para que “outros pacientes não soubessem o que tinha ocorrido”. “Me disseram para não chamar a atenção. A assistente social não me deixou pegar o telefone para ligar para meu marido. Sai correndo. Eles pegaram o prontuário da minha bolsa, me aplicaram medicamento sem minha autorização”, acusou.

Depois de horas, o pai da menina chegou à unidade e foi informado que a filha tinha falecido. Geane ainda conta que a direção do hospital não quis liberar a certidão de óbito e ofereceu o pagamento dos custos com velório e enterro. “Eles disseram para eu velar o corpo de minha filha em casa, na tentativa de me calarem. Depois me ligaram pedindo para ir buscar o corpo”.

A mãe de Lara ainda fez uma declaração impactante. “Desde ontem a prefeita [Moema Gramacho] me liga tentando me comprar”.

Lara foi sepultada na tarde deste sábado (26), no cemitério de Areia Branca.

A Secretaria de Saúde de Lauro de Freitas deu outra versão. Informou que foi aplicado soro na cirança e antes da medicação, Lara teria vomitado e aspirado o vômito provocando insuficiência respiratória.

Leia a nota na íntegra:

A respeito da ocorrência registrada no PA Nelson Barros – Centro, nesta sexta-feira (25), a Secretaria Municipal de Saúde (SESA) esclarece que todos os procedimentos foram adotados no atendimento à criança Lara Pereira, desde o momento em que deu entrada na unidade com quadro de diarreia e vômito diagnosticado como gastroenterite viral. 
A criança foi levada ao PA pela mãe, por volta das 23h. Foi atendida pelo médico de plantão e encaminhada à equipe de enfermagem para administração de soro e Plasil. Antes mesmo que o medicamento fosse administrado (quando apenas o soro estava sendo aplicado) a criança vomitou e aspirou o vômito obstuindo os pulmões, gerando um quadro de insuficiência respiratória que evoluiu para parada cardiorrespiratória. 
Médicos e enfermeiros de plantão tentaram todos os procedimentos para reanimá-la sem êxito. O relatório médico está à disposição de qualquer perícia técnica e a equipe de médicos e enfermeiros do PA Nelson Barros - que tem sido referência em Pronto Atendimento na Região Metropolitana está à disposição para quaisquer esclarecimentos.
Por decisão da família, o corpo da pequena paciente foi encaminhado ao Instituto Médico Legal Nina Rodrigues para confirmação das causas do óbito. A Prefeitura acompanhou tudo, colocou a Secretaria de Desenvolvimento Social e Cidadania à disposição da família. A Prefeita entrou em contato com os pais buscando conforta-los e se colocou à disposição para tudo o que precisarem. Buscou, ainda, junto ao Governo do Estado, agilizar a vinda do transporte do IML, apesar dos transtornos que o trânsito do país passa. E vai continuar acompanhando toda apuração da causa da morte por parte do IML, mesmo já tendo conversado com o médico que explicou com detalhes o ocorrido.

Em nota enviada ao BNews, "a Sanofi esclarece que em contato com a Secretaria de Saúde de Freitas da Bahia, a instituição informou que o medicamento usado nesta situação não foi o produto Plasil injetável. Informamos ainda que em 31 de maio de 2016, a Sanofi protocolou junto à Anvisa a descontinuação da solução injetável do medicamento Plasil (cloridrato de metoclopramida), e que a partir dessa data deixou de fabricar esta versão do produto, utilizado principalmente no tratamento de enjoos e vômitos de origens diversas. Com o objetivo de garantir a qualidade das informações, pedimos a gentileza de esclarecer este dado à população".

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