Denúncia

Após pagar mais de R$ 50 mil por carro, cliente não recebe veículo nem devolução de dinheiro

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Alan Cerqueira comprou o veículo na Hyundai CAOA Paralela  |   Bnews - Divulgação Reprodução/Google Street View

Publicado em 29/10/2018, às 18h31   Shizue Miyazono



Há 11 dias, Alan Carvalho Cerqueira luta para conseguir receber o carro que comprou na Hyundai CAOA Paralela, em Salvador, ou reaver os R$ 52.880 mil que pagou pelo veículo. Ao BNews, o servidor estadual contou que, enquanto aguarda uma solução da concessionária, ele precisa pegar carros emprestados com amigos para se locomover ou usar uma moto antiga que possui, já que trabalha com segurança pública e se sente vulnerável para andar de transporte público.

Alan contou que vendeu o veículo que tinha, pois era muito baixo e como tem costume de viajar para o interior, preferia um carro mais alto. Ele se interessou por um Hyundai IX35 2.0 AUT branco, que viu na concessionária, mas precisava do veículo com urgência já que precisava viajar com a mãe no dia 21 de outubro, no aniversário dela, e tinha um casamento para comparecer no dia 27 do mesmo mês.

No dia 13, ele foi na concessionária e explicou sua situação de urgência, que precisaria que o veículo fosse entregue até dia 19, e teve a garantia do vendedor que se fizesse o pagamento completo até a quinta-feira (18), teria o veículo entregue.

"No mesmo dia, eu deixei R$ 5 mil de lance, de sinal para garantir a compra do carro, passei no meu cartão de débito em conta e, no decorrer da semana, eu me desdobrei para fazer o levantamento do restante do dinheiro pra pagar o carro até o dia que exigiu para pegar na sexta. Eu tinha uma quantia que foi oriunda da venda do outro carro e eu precisei tomar um empréstimo para conseguir o resto do dinheiro para comprar o carro porque se eu passasse que quinta-feira não conseguiria pegar o carro pra realizar a viagem. Tomei um empréstimo consignado a juros relativamente alto", explicou Alan. Além disso, ele contou que precisou passar R$ 2 mil em um cartão de crédito de terceiros.

De acordo com o servidor estadual, no dia combinado, ele fez o pagamento do boleto no valor do veículo e o vendedor garantiu que entregaria o carro na sexta, mas isso não aconteceu, pois o carro estava com restrição jurídica.

"Como me vendem um carro já que está com restrição, me faz fazer uma correria deste tamanho, um débito desse? Eu tomei emprestado R$ 34 mil aproximadamente, efetuei o pagamento e dizem que não vão me entregar o carro", contou o cliente. Após o funcionário e o gerente explicarem que não podiam fazer nada, Alan pediu para a concessionária entregar um veículo para que ele pudesse rodar até que o problema fosse regularizado, mas os empregados disseram que a empresa não trabalhava dessa forma.

Mesmo não resolvendo a situação e tendo que desfazer os planos de viagem com a mãe, o servidor deu um prazo até o início da outra semana (22 ou 23 de outubro) para a concessionária entregar um carro igual ao que ele comprou ou um veículo que o agradasse. "Eles me ofereceram um carro prata, o que eu comprei era branco, mas nós que somos clientes idealizamos, nós sonhamos com algo, idealizamos as características das coisas que queremos, a gente paga por isso. Eles me ofereceram um carro, até que era o mesmo modelo, mas prata, e a interna do carro era completamente diferente, não gostei e, ainda assim, perguntei quando entregaria o carro, acho que estava em Minas Gerais, em outro Estado, e ele disse que o carro chegaria com 20 ou 30 dias".

Alan afirmou que não aceitou ficar com o veículo e pediu que o valor pago fosse devolvido para que ele comprasse outro veículo. "Eles falaram que iam fazer o máximo para devolver o dinheiro, mas não sabiam se conseguiriam devolver na data". O servidor contou que foi em outra concessionária, deu uma entrada de R$ 1 mil e tinha até quinta-feira (25) para pagar o boleto para conseguir pegar o carro na sexta-feira (26). "O boleto já venceu, eu não paguei, fiquei sem o carro e tive que me desdobrar para ir para o casamento. Tive que conseguir um carro para ir. Estou há 11 dias sem o carro pelo qual eu paguei e sem o dinheiro. Tenho R$ 53 mil preso na mão deles e eu não posso fazer nada com esse dinheiro que está em posse deles".

O homem contou que esteve na concessionária hoje e foi informado pela Secretaria Regional da CAOA que esse era o procedimento da loja e que ele precisava aguardar.

A reportagem entrou em contato com a concessionária em São Paulo, que explicou que a gerência de Salvador que deveria responder pelo assunto. Procurada, a Hyundai CAOA Paralela ficou de retornar à ligação, mas até o fechamento da matéria não deu retorno.

Classificação Indicativa: Livre

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