Denúncia

“Verdadeiro açougue humano”, define profissional de saúde sobre Hospital Salvador

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De acordo com a denúncia, o Hospital Salvador não disponibiliza materiais que vão desde o básico ao avançado  |   Bnews - Divulgação a

Publicado em 23/12/2020, às 16h18   Yasmim Barreto


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Em tempos de coronavírus quando boas condições de higiene e estrutura são requisitos básicos para o tratamento da doença principalmente nos hospitais, um profissional de saúde, contratado por uma empresa terceirizada do Hospital Salvador, denunciou ao BNews o cenário precário em que pacientes e funcionários estão vivenciando. 

“É um verdadeiro açougue humano”, disse o funcionário, que preferiu não se identificar.  

Com registros de pacientes deitados em urina e fezes, além de imagens que mostram a deficiência estrutural do centro de saúde, o profissional contou que em razão das condições que testemunhou não conseguiu trabalhar mais de um dia no local. 

De acordo com a denúncia, o Hospital Salvador não disponibiliza materiais que vão desde o básico ao avançado. À reportagem, o funcionário contou que não tem medicação, equipamentos de segurança, água para os funcionários, monitor, frigobar para armazenar insulina, entre outras coisas.  

“Falta gente monitorar os pacientes, eles morrem vão a óbito e aí o técnico de enfermagem mesmo desce para o necrotério, enfim, uma vergonha”, disparou o denunciante. Ainda ressaltou a importância dos familiares estarem cientes do que anda acontecendo no local: não tomam medicação no horário, porque não tem remédio, não tem frigobar pra armazenar a insulina, os pacientes estão entregues a ver navios.

Além da reportagem, o denunciante registrou o ocorrido para o Ministério Público da Bahia (MP-BA) com a expectativa que a situação no Hospital mude. Contudo, o funcionário também recorreu ao MP. “Espero que o MP tome as medidas cabíveis e que os pacientes sejam alocados para outro hospital de campanha, porque lá não dá pra viver”, ressaltou.

Vale lembrar que recentemente foram reabertos 10 leitos de UTI para pacientes infectados com a Covid-19 através da prefeitura de Salvador. 

O BNews procurou a Secretaria Municipal de Saúde para esclarecimentos, intermediou contato com o Hospital Salvador, cuja diretoria se prounciou com a seguinte nota:

NOTA DE ESCLARECIMENTO

A direção do Hospital Salvador (HS) afirma que estranha as denúncias feitas à imprensa, uma vez que nunca tiveram registro de nenhum relato de falta de EPI ou falha de segurança nos fluxos do hospital. E que lamenta que profissionais, ao invés de trocar a fralda do paciente – que provavelmente seria o seu trabalho – filmem o paciente, quebrando totalmente o código de ética que deveriam obedecer. Ao contrário das denúncias, a direção do Hospital informa que recebe, diariamente, inúmeros depoimentos de pacientes que demonstram sua gratidão pelo acolhimento e desvelo da equipe, bem como pelo tratamento humanizado. 

O HS esclarece também que os leitos filmados são de enfermaria que acolhe pacientes com baixa complexidade e que por isso não precisam de monitorização. Entretanto são constantemente assistidos pela equipe de enfermagem e, ao menor sinal de instabilidade, são transferidos para a ala de terapia intensiva (situada no mesmo hospital), onde recebem todos os cuidados que se fizerem necessários. O HS também dispõe de dois carros de parada no andar da enfermaria, de acordo com o que determina a RDC (1 para cada 20 leitos) disponíveis para uso em casos de necessidade detectada pela equipe assistencial.

O Hospital Salvador também conta com controle biológico periódico da água, realizado pelo LACEN a cada 3 meses, sendo a última coleta feita nesse mês de dezembro. Ressalta ainda que o cronograma é seguido rigorosamente pois, além de ser obrigatório para a rede hospitalar, é imprescindível para o funcionamento do serviço de hemodiálise ambulatorial que funciona no primeiro andar de nossa instituição, atendendo a população baiana.

Classificação Indicativa: Livre

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