Denúncia

Com casa em Praia do Forte, administradora baiana denuncia Airbnb após prejuízo de mais de R$ 20 mil

Arquivo pessoal
O "hóspede" terceirizou a estadia, cobrando entre R$ 700 e R$ 1000, e reuniu cerca de 40 pessoas no local  |   Bnews - Divulgação Arquivo pessoal

Publicado em 06/01/2021, às 18h32   Márcia Guimarães



A administradora baiana Rafaela Rezende entrou em 2021 com uma grande dor de cabeça. Por um problema com o aluguel de sua casa em Praia do Forte através da plataforma de hospedagens Airbnb, ela teve um prejuízo de mais de R$ 20 mil, mas que pode chegar a R$ 30 mil. 

Rafaela tem uma casa no condomínio Residencial Praia do Forte, o mesmo da cantora Ivete Sangalo, e colocou o imóvel para alugar no Airbnb. Ela disse que recebeu diversas ofertas, mas optou pela que escolheu a estadia de cinco dias, que entraria em 30 de dezembro de 2020 e sairia em 4 de janeiro de 2021. Seriam até 12 pessoas e o valor ficaria em R$ 20 mil.

Se houvesse cancelamento, ele deveria ocorrer sem custos para ambas as partes até o dia 29 de dezembro e ficaria sob responsabilidade do Airbnb avisar caso isso acontecesse. “Recebi a confirmação da reserva e a plataforma liberou nossos números para trocar mensagens com o inquilino, de prenome Rafael. No dia 30, ele entrou 15h. Meu vizinho ligou 21h para o meu esposo perguntando o que estava acontecendo, pois havia cerca de 40 pessoas na minha casa e som muito alto. Liguei para Rafael e ele disse que as pessoas só foram conhecer a casa”, contou Rafaela.

A administradora lembra que avisou que só poderiam ir 12 pessoas e pediu os nomes e documentos delas para colocar na portaria e liberar a entrada no dia 30. Com o susto do relato de aglomeração em plena pandemia, Rafaela decidiu olhar o site do Airbnb olhar as regras e aproveitou para olhar o depósito realizado pelo site.

“Não existia mais ordem de pagamento, nem reserva, muito menos a conversa pelo chat, ou seja, nada que me ligasse a Rafael. O Airbnb apagou tudo. A única coisa que eu tinha era um email do dia 28 de dezembro com a confirmação da reserva. Não existia email de cancelamento, nada. Mesmo assim, a reserva foi cancelada sem custo para mim ou para o inquilino. Liguei para o Airbnb e um atendente chamado Miguel me respondeu que havia um problema com o Rafael, foi feito o cancelamento e apenas me mandou chamar a polícia. Às 23h, meus amigos foram na minha casa junto com o segurança e conseguiram retirar as pessoas”, relatou Rafaela.

Segundo ela, Rafael vendeu a hospedagem na casa por R$ 700 para mulheres e R$ 1000 para homens, para os cinco dias de estadia. Eles teriam consumido vinhos e cervejas importados, lanches para diabéticos do filho da administradora, além de terem sido encontradas drogas no vaso sanitário.

Ao serem expulsos, os hóspedes “terceirizados” se revoltaram e esvaziaram os pneus do carro de Rafael. “O Airbnb me ligou dizendo que houve erro da informática, pediu desculpas e disse apenas que está apurando. Eles se negam a passar qualquer tipo de informação sobre Rafael. A plataforma só protegeu Rafael. Tive 12 propostas solicitando a mesma data, fiquei no prejuízo total. Me sinto lesada, deixaram um estelionatário entrar na minha casa! Vou entrar na Justiça contra o Airbnb, mas não conseguirei contra Rafael porque não tenho nenhuma informação sobre ele”, reclamou Rafaela.

Ela calcula que, além dos R$ 20 mil do aluguel, perdeu R$ 800 em vinhos, R$ 500 em cerveja, R$ 460 em diárias de funcionários e ainda corre o risco de pagar R$ 7 mil de multa pela aglomeração e som alto no condomínio. “Um site tão renomado como o Airbnb não dá segurança nenhum ao anfitrião/ proprietário dos imóveis. Reconhecem que erraram e fica por isso mesmo?”, finalizou.

Resposta do Airbnb

O Airbnb informou que está em contato com a anfitriã e analisando o caso. Afirmou que, pelos Termos de Serviço, os anfitriões definem a política de cancelamento para estadias de menos de 28 dias. 

“O Airbnb afirma ainda que qualquer usuário -- anfitrião ou hóspede -- que desrespeite os Termos de Serviço está sujeito às medidas cabíveis, que podem incluir remoção da plataforma, e que é essencial que os usuários mantenham as conversas, informações pessoais e pagamentos sempre dentro da plataforma, que é um ambiente seguro, e não fora dela”, pontuou a plataforma. 

O número máximo permitido de pessoas por acomodação foi reduzido para 16, segundo a plataforma, a fim de evitar aglomerações e contribuir para estadias responsáveis. O Airbnb também citou que possui orientações e boas práticas também para hóspedes, disponíveis no site e com as quais eles devem se comprometer no momento da reserva: “as recomendações incluem uso de máscaras e prática de distanciamento social por anfitriões e hóspedes ao interagirem”.

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