Denúncia

Com quatro meses sem salários, profissionais do Hospital Salvador se reúnem para definir ações

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Em setembro, denúncias contra o Hospital Salvador foi feito referente à falta de pagamento  |   Bnews - Divulgação Reprodução / Redes Sociais

Publicado em 12/01/2021, às 13h06   Brenda Viana


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Uma reunião online com profissionais do Hospital Salvador, localizado na Cardeal da Silva, referente à falta de salário, vai acontecer nesta terça-feira (12), às 20h, com o Sindicato dos Fisioterapeutas e Terapeutas Ocupacionais do Estado da Bahia (Sinfito). De acordo com o líder do sindicato, Glaucio Roberto, os trabalhadores estão sem receber há mais de quatro meses. Assim como a reportagem de setembro que denunciava a falta de salário, profissionais não estão conseguindo pagar as contas, até faltando o trabalho porque não tem dinheiro para se deslocar de casa à unidade.

“Tem trabalhador que não tem como ir para o hospital porque não tem dinheiro para o transporte”, comentou. Ele disse, também, que na unidade está faltando materiais, até o ventilador mecânico, que auxilia pacientes a respirarem melhor, está com problema. “É vergonhoso dizer que estão trabalhando sem receber. Tem profissional que está deixando de ir para o plantão. Outros têm que atender 15 pacientes de uma vez”. 

Segundo Gláucio, ainda há técnicos que estão trabalhando 36 horas ininterruptas, sendo que seriam essas horas distribuídas durante a semana. “Às vezes tentam cochilar, mas logo precisam voltar para o plantão porque alguém piorou. A gente estuda com a possibilidade de entrar com processo por danos morais”, explicou. Em prints enviados à reportagem de conversas, funcionários afirmam que o gestor do hospital está esperando um milagre. Mesmo com os repasses da prefeitura, ainda há falta de materiais, até de medicamentos para os pacientes que estão com Covid-19 na unidade. “É complicado, porque, tendo em vista que são profissionais que estão atendendo pacientes de alto risco, que estão com covid-19”.

O sindicato afirma que já entrou com mediação no Ministério Público do Trabalho, mas não conseguiu marcar a audiência ainda devido às festas de fim de ano. “A única ponte que tivemos foi com o advogado da Secretaria de Saúde. Ele me contou que um comitê foi feito para avaliar a situação da empresa [Medtower]”, disse. “É assustador saber que a prefeitura contratou uma empresa que está em processo de falência”, finalizou.

O BNews tentou entrar em contato novamente com a terceirizada MedTower, porém, não obteve retorno. A empresa, de acordo com as investigações da reportagem, está em estado de falência e tentando recuperação jurídica para fazer os pagamentos corretamente. Até o fechamento desta matéria, a Secretaria Municipal de Saúde não enviou uma nota para explicar a situação.

Sobre o caso

Em setembro, técnicos, enfermeiros e fisioterapeutas entraram em contato com o Bnews para denunciar este mesmo caso. Eles afirmaram que foram contratados no dia 15 de julho pela empresa terceirizada Medtower que, segundo os profissionais, só foram repassados os salários dos médicos antecipadamente. No dia 31 de agosto, uma reunião foi feita para informar que iriam receber pelos dias trabalhados, mas, até o dia 14 de setembro, eles não tinham nada na conta.

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