Clientes baianos relatam problemas com plano de saúde: "simplesmente pararam de atender"

Cancelamento de consultas, demora para marcar exames e descredenciamento de médicos são os problemas que os clientes da Saúde Casseb vem enfrentando em todo estado nos últimos meses. Atualmente, o plano atende funcionários do Banco Itaú, do Desenbahia, da Prodeb e da Empresa Gráfica da Bahia. Ao todo, são mais de 10 mil vidas assistidas por, de acordo com os termos da operadora, "uma ampla rede credenciada, além de um centro médico com vários consultórios e salas de exames, centro fisioterápico, centro cirúrgico e laboratório".  

No entanto, a realidade tem sido bem diferente. Em contato com a equipe do BNews, uma idosa de 63 anos, que preferiu não se identificar, relatou que desde o início de julho ela tenta marcar um exame, mas os laboratórios que costumava usar afirma que foram descredenciados. "Venho tentando contato com o plano há meses sem ter nenhuma resposta. Eles simplesmente pararam de atender as consultas e emergências na grande maioria dos hospitais cadastrados, não respondem e-mails, nem ligações, tinha uma cirurgia marcada e tive que interromper todo procedimento", confessou indignada.

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Prova da ausência de retorno por parte do plano, são as inúmeras reclamações sem resposta na plataforma de atendimento 'Reclame Aqui'. São mais de 50 queixas registradas somente nos últimos três meses e, nenhuma delas, obteve resposta por parte da empresa. 

"Estou gestante e recentemente precisei ter acesso a emergência obstétrica dos hospitais credenciados do plano e fui informada de que não estão mais atendendo. Estou bastante chateada e preocupada, pois estou pagando um plano que não sei se irá me atender para realizar meu parto", afirma uma das reclamantes. 

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"Já entrei em contato com a empresa sobre o descredenciamento dos profissionais, tem quase dois anos que tento um psiquiatra para dar continuidade ao tratamento de minha filha. Recentemente, liguei para a telemedicina por suspeita de COVID, ficaram de entrar em contato até 48 horas e até hoje nada, nesse meio tempo minha filha apresentou sintomas, fomos em uma clínica credenciada e, chagando lá, estava suspenso o plano. Tivemos que pagar a consulta e o exame", desabafou outra.  

"Os prestadores de serviços de consultas e emergência estão suspendendo atendimento com certeza por falta de repasses, e a Saúde Casseb nem se quer tem o respeito de informar a seus clientes. Minha esposa precisou de emergência em um determinado hospital no município de Lauro de Freitas, que é o mais próximo de nossa residência, e, ao chegar lá, foi informada que não estavam mais aceitando devido a irregularidades administrativas", disse mais um. 

Ao contratar um plano de saúde, é importante estar atento aos serviços inclusos, que, obrigatoriamente, devem seguir a cobertura mínima do Rol de Procedimentos e Eventos em Saúde da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS), e à abrangência geográfica da rede referenciada da operadora, ou seja, o conjunto de estabelecimentos e profissionais da saúde indicados pela operadora para atendimento ao paciente. 

Ainda de acordo com a ANS, se não houver o serviço ou se este não estiver mais disponível em determinado local, o plano deve garantir atendimento em municípios próximos, em prestadores cadastrados. Como alternativa, o beneficiário pode contatar o profissional e solicitar autorização para utilizar um serviço particular dentro da cidade. Se autorizado, o pagamento deverá ser feito pela operadora, diretamente ao prestador particular, após o atendimento.

Por lei, no caso de atendimento de urgência ou emergência, se o serviço local não estiver indisponível ou for inexistente, o paciente pode buscar por outros locais credenciados nos municípios limítrofes ou particulares em sua região, mesmo sem autorização prévia do plano, que deverá efetuar o pagamento de toda despesa. 

Procurada pela equipe de reportagem do BNews, a Saúde Casseb não retornou a nenhum dos contatos até a publicação dessa matéria. 

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