Denúncia

Casal acusa médica da Albert Sabin de quebrar clavícula de criança em parto

Imagem Casal acusa médica da Albert Sabin de quebrar clavícula de criança em parto
Pais escolheram cesariana, mas médica escolheu parto normal depois de mãe passar horas em maternidade  |   Bnews - Divulgação

Publicado em 09/03/2013, às 10h12   Lucas Esteves (Twitter: @lucasesteves)


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Um casal de Salvador acusa a maternidade Albert Sabin, em Fazenda Grande 3, de negligência no parto de sua primeira filha, ocorrido no último dia 6 de fevereiro. De acordo com o segurança Erlon Ribeiro, sua mulher, Graziele dos Santos, foi atendida por uma médica identificada apenas como Daniela que a teria forçado a fazer um parto normal no lugar de uma cesariana, método desejado pelo casal. Para piorar, após o parto forçado, a pequena Ailla Rebeca veio ao mundo com uma clavícula quebrada.
O segurança conta que na madrugada de 5 de fevereiro Graziele começou a sentir as dores do parto e foi levada à Mansão do Caminho, em Pau da Lima, onde o casal pretendia que a herdeira nascesse. Ao chegar ao local, às, 4h, a médica de plantão recomendou à mãe que andasse por um período de duas horas para que a ainda curta dilatação do colo do útero aumentasse e permitisse o nascimento adequado. Até aquele momento, a dilatação não era suficiente para que a criança viesse ao mundo. Os pais insistiam que a cesariana planejada ao longo do pré-natal ainda era a maneira ideal de conceber a filha.
Após as caminhadas, Graziele alcançou 7cm de dilatação e a médica ordenou o encaminhamento da mulher à Albert Sabin, uma vez que a dilatação ideal para o parto é de 9 cm. O casal chegou à maternidade às 10h30 e, relata o pai, somente cerca de 3 horas depois a gestante foi levada às pressas para o parto. Ele alega que o atendimento só aconteceu porque Graziele sentia dores tais que era impossível, àquela altura, conter o nascimento da filha. O recolhimento ocorreu às pressas para que ela não desse à luz em plena recepção.
No momento do parto, a médica teria se recusado a fazer a cesariana desejada pelo casal e optou por parto normal. Após isto ocorrer, Ailla Rebeca nasceu, mas com a clavícula direita quebrada, fato que foi diagnosticado na própria Albert Sabin e que mantém a recém-nascida e a mãe até hoje na unidade médica. Segundo Erlon, não há nenhum gesso ou material na criança que a auxilie na recuperação da fratura e um médico que estaria responsável pelo tratamento de sua filha não comparece à Albert Sabin para averiguar o caso.
Revoltado, o segurança diz que o caso ocorreu desta maneira porque sua mulher é negra e sofreu preconceito na espera da maternidade. Ele julga que devido ao estado de gravidade da mulher, o caso deveria ter sido tratado com prioridade. A negligência e despreparo teriam causado a fratura na criança. “A saúde pública está uma porcaria. Os seres humanos são todos iguais para Deus. Uma coisa dessas não existe”, disse, embargando as palavras. Erlon Ribeiro afirma que irá com a família ao Ministério Público Estadual neste sábado para oferecer uma denúncia à maternidade, coordenada pela Secretaria Estadual de Saúde (Sesab).

Associação dos Praças e Soldados da PM (Aspra) entrou na briga e ofereceu um advogado do grupo para auxiliar o casal. O pai de Ailla Rebeca é filho de um bombeiro associado à Aspra. “Isso reflete o caos em que se encontra a saúde pública. Estamos juntos com as mulheres nesta luta por uma saúde pública descente”, afirma o vereador Soldado Prisco (PSDB), presidente da entidade.
A Sesab esclareceu a reportagem e indicou que, para haver um processo investigativo do caso, a família deverá entrar com uma queixa nas instâncias oficiais. Assim, deverá haver notificação do MP, Sesab e também do Conselho Regional de Medicina, uma vez que se trataria de um possível caso de erro médico. Apenas após estas notificações poderá haver apuração correta do episódio.

Nota orignalmente postada às 14h do dia 8

Classificação Indicativa: Livre

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