Denúncia

Advogado que acompanhou mulher negra expulsa de avião da Gol comenta caso: "lamentável"

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O advogado revelou que a mulher foi acusada de resistência à ordem policial para ser retirada do avião  |   Bnews - Divulgação Reprodução/Vídeo

Publicado em 29/04/2023, às 14h56 - Atualizado às 19h56   Cadastrado por Daniel Brito


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O advogado que acompanhou a professora de inglês Samantha Vitena, retirada à força na última sexta-feira (28) de um voo da Gol Linhas Aéreas entre Salvador e São Paulo por ter se recusado despachar a mochila e buscar um lugar para guardar dentro da aeronave, até a unidade da Polícia Federal no Aeroporto, descreveu a situação como "lamentável".

Em entrevista ao jornal O Estado de S. Paulo, Fernando Santos revelou que Samantha precisou assinar um Termo Circunstanciado de Ocorrência, pois foi acusada de resistência à ordem policial para ser retirada do avião.

"Em nenhum momento ela se recusou a sair do avião. Apenas questionou o motivo de sofrer qualquer motivo de restrição", declarou.

O caso ganhou as redes sociais entre a noite de ontem e este sábado (29), gerando revolta nas redes sociais pela maneira como ocorreu. Através de nota, a Gol culpou a professora de inglês de gerar toda confusão e causar atraso da decolagem.

"A GOL informa que, durante o embarque do voo G3 1575 (Salvador - Congonhas), havia uma grande quantidade de bagagens para serem acomodadas a bordo e muitos Clientes colaboraram despachando volumes gratuitamente. Mesmo com todas as alternativas apresentadas pela tripulação, uma Cliente não aceitou a colocação da sua bagagem nos locais corretos e seguros destinados às malas e, por medida de segurança operacional, não pôde seguir no voo".

A companhia ainda destacou que não há exceções para os procedimentos adotados para segurança e que segue apurando o caso. "Lamentamos os transtornos causados aos Clientes, mas reforçamos que, por medidas de Segurança, nosso valor número 1, as acomodações das bagagens devem seguir as regras e procedimentos estabelecidos, sem exceções. A Companhia ressalta ainda que busca continuamente formas de evitar o ocorrido e oferecer a melhor experiência a quem escolhe voar com a GOL e segue apurando cuidadosamente os detalhes do caso."

A reportagem do BNews buscou contato com Samantha, mas não obteve retorno. Em contato com a TV Bahia, o advogado da professora informou que ela já tinha chegado em São Paulo na manhã de hoje em outro voo da Gol, e estava com a família. Ele ainda contou que a ordem para expulsão da vítima partiu do comandante do avião, alegando "pertubarção da ordem à bordo", quando Samantha foi conduzida à unidade da PF.

Em nota divulgada neste sábado (29), a Polícia Federal informou que "foi acionada nesta sexta-feira (28/4) pela companhia Gol, no aeroporto de Salvador/BA, para efetuar o desembarque de passageira que não teria acatado as ordens do comandante do voo nº1575, referentes à segurança de acomodação de bagagans".

A PF comuniciou ainda que a autoridade da aeronave é o comandante. "Ressalta-se que, de acordo com a Lei nº 7.565, de 19 de dezembro de 1986, o comandante exerce autoridade desde o momento em que se apresenta para o voo até o momento em que entrega a aeronave, tendo autonomia para solicitar apoio da Polícia Federal".

Ainda de acordo com a PF, a passageira foi ouvida e liberada em seguida.

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