Denúncia

Condomínio Villaggio Panamby se retrata após anunciar evento separado para "crianças especiais"; vereadora lamenta o ocorrido

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Evento divulgado em card do Dia das Crianças teve conotação preconceituosa  |   Bnews - Divulgação Reprodução // Google Maps
Rafael Albuquerque

por Rafael Albuquerque

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Publicado em 11/10/2022, às 14h41 - Atualizado às 14h51


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Um card dos eventos da programação do Dia das Crianças no condomínio de luxo Villaggio Panamby, localizado no Horto Florestal, em Salvador, chamou atenção pelo teor interpretado por alguns condôminos como preconceituoso.

O material que circulou nos grupos de WhatsApp do condomínio mostra a seguinte informação: "Ponto de encontro para recreação de crianças especiais no espaço funcional da Academia Central e saída para o Bora de Bike".

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Alguns moradores perceberam no anúncio uma segregação com as crianças portadoras de necessidades especiais procuraram a síndica, de prenome Nadja, e denunciaram a situação ao BNews.

Procurada, a síndica lamentou o ocorrido e afirmou que fez uma retratação: "fizemos uma retratação, pois o objetivo não era esse. Na verdade o que fizemos foi ter uma atenção especial a todas as crianças. Foi somente isso, não havia nenhuma intenção a mais. Nós queremos estar com todos, fazer o bem".

Questionada pelo BNews sobre e a situação, a vereadora Marta Rodrigues, que preside a Comissão de Direitos Humanos e de Defesa da Democracia Makota Valdina, na Câmara Municipal de Salvador, lamentou o ocorrido.

"A situação em questão revela um preconceito disfarçado de brincadeira. Na verdade, se trata de capacitismo, que é a ideia de que pessoas com deficiência são inferiores às pessoas sem deficiência", disse em nota enviada à reportagem.

"As crianças precisam estar todas juntas, em convívio harmonioso, desenvolvendo suas habilidades coletivamente, justamente para quebrar esse preconceito estrutural promovido pelo capacitismo e poder formar cidadãos que sabem lidar com as diferenças e com e a diversidade, respeitando-as. Tentar separar essas crianças é cruel não só com elas, mas também com os pais. Não é possível que diante do debate que fazemos, de respeito, equidade e coletividade em pleno século XXI, a gente permaneça segregando pessoas, principalmente crianças", finalizou.

Classificação Indicativa: Livre

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